Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/45914
A INCLUSÃO DE SURDOS EM MUSEUS DE CIÊNCIA: UM ESTUDO NO MUSEU DO AMANHÃ E NO MUSEU DA VIDA
Fernandes, André Fillipe de Freitas | Date Issued:
2019
Advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Segundo o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), cerca de 9,7 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva no Brasil, o que representa 5,1% da população do país. Deste total, cerca de dois milhões possuem a deficiência auditiva severa; 1,7 milhão tem grande dificuldade para ouvir e 344,2 mil são surdos. Pensando na inclusão social das pessoas com deficiência, Vygotsky (1989) relata que as características dos sujeitos com deficiência não são de cunho exclusivamente biológico, mas também social. A crescente discussão desta temática se tornou uma preocupação mundial em relação à garantia de que os visitantes possam percorrer e desfrutar dos bens culturais com sentimento de pertencimento e de inclusão no espaço social. Diversos autores entendem que promover a inclusão de pessoas com deficiência é um novo desafio para as instituições culturais. O trabalho aqui apresentado tem como perspectiva a inclusão de surdos em museus de ciência. A partir dessa perspectiva, realizamos um estudo de caráter exploratório com objetivo de entender em que medida os museus de ciência estão preparados para receber o público de surdos. Para isso, desenvolvemos um estudo de caso em dois museus, a saber, Museu da Vida e Museu do Amanhã. Para fazer esse diagnóstico, foram realizadas duas visitas técnicas a cada um dos museus em estudo, a primeira pelo autor deste trabalho e a segunda com o pesquisador e um grupo de surdos. Além disso, foram feitas entrevistas com mediadores e gestores dos museus, com o objetivo de entender quais são as iniciativas realizadas, as ferramentas utilizadas e os desafios enfrentados para promover a inclusão dos públicos surdos. Os resultados deste estudo evidenciam que ambos os museus têm realizado iniciativas para atender os públicos surdos, incluindo contratação de recursos humanos especializados, capacitação de pessoal e busca de recursos tecnológicos que facilitem o acesso do público em questão. No entanto, identificou-se a necessidade de ampliar esses recursos, tanto em número de profissionais capacitados para atender surdos quanto em tecnologias assistivas ao longo de todas as exposições. Apesar das limitações de acesso em algumas das exposições, os jovens surdos que participaram de nosso estudo destacaram aspectos positivos e satisfação nas visitas, evidenciando o papel importante dos museus de ciência no engajamento de surdos em temas de ciência e tecnologia.
Abstract
According to the census conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE, 2010), about 9.7 million people have hearing impairment in Brazil, representing 5.1% of the country's population. Of this total, about two million have severe hearing loss; 1.7 million have great hearing difficulty and 344.2 thousand are deaf. Thinking about the social inclusion of people with disabilities, Vygotsky (1989) reports that the characteristics of subjects with disabilities are not exclusively biological, but also social. The growing discussion of this theme has become a worldwide concern with regard to ensuring that visitors can browse and enjoy cultural goods with a sense of belonging and inclusion in the social sphere. Several authors believe that promoting the inclusion of people with disabilities is a new challenge for cultural institutions. The study presented here has as perspective the inclusion of deaf people in science museums. From this perspective, we carried out an exploratory study aiming at understanding the extent to which science museums are prepared to receive deaf publics. We conducted a case study in two museums, namely Museu da Vida (Museum of Life) and Museu do Amanhã (Museum of Tomorrow). To carry out such diagnosis, two technical visits were made to each museum included in this study, the first by the researcher of this study and the second by the researcher and a group of deaf people. In addition, interviews were conducted with museum mediators and managers of these spaces, with the goal of understanding which initiatives were carried out, the tools used and the challenges faced to promote inclusion of deaf people. The results of this study show that both museums have undertaken initiatives to engage deaf publics, including hiring specialized human resources, training of personnel and seeking technological resources that facilitate the access of the target public. However, the need to expand these resources has been identified both in num bers of human resources trained to engage deaf people and assistive technologies throughout all exhibitions. Despite these limitations of access in some of the present exhibitions, the deaf young people who participated in our study highlighted positive aspects and satisfaction in the visits, highlighting the important role of science museums in engaging deaf people in science and technology.
Share