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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6973
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DissertaçãoDireito Autoral
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AVALIAÇÃO DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE EM GESTANTES SUBMETIDAS À QUIMIOPROFILAXIA PARA PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV-1 E DO IMPACTO IMUNOLÓGICO DA DESCONTINUIDADE DO TRATAMENTO NO PÓS-PARTO
Flores, Geane Lopes | Data do documento:
2012
Autor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Resumo
Nos últimos anos, a epidemia de aids no Brasil tem mostrado mudanças significativas em seu perfil, caracterizado principalmente pela sua feminização. O crescimento de casos de aids em mulheres, especialmente aquelas em idade reprodutiva, tem resultado em aumento da transmissão vertical do HIV-1. Portanto, a prevenção da transmissão vertical do HIV-1 é um grande desafio a ser enfrentado. Vários estudos têm mostrado uma redução da transmissão vertical do HIV-1 (<2%), com uso adequado de terapia anti-retroviral (TARV) durante a gravidez e o parto. Além disso, o uso da TARV está diretamente associado a uma significativa recuperação do sistema imunológico, com um aumento quantitativo dos níveis periféricos de células T CD4+, acompanhado pela reversão de processos de infecção, tais como ativação celular persistente, e conseqüentemente, mudanças nos perfis de diferenciação celular. Este estudo visa investigar o perfil imunológico, em particular a reconstituição imunológica em mulheres grávidas infectadas pelo HIV-1, em diferentes momentos da TARV ou profilaxia da transmissão vertical, após o parto e descontinuidade do tratamento. Trinta e sete mulheres infectadas pelo HIV-1 e virgens de tratamento, recrutados no Hospital Geral de Nova Iguaçu-MS, foram avaliadas antes do início da TARV (Pré-TARV) parto (TARV) e seis meses ou um ano após o parto (Pós-TARV). Nestes três momentos, as amostras de sangue das voluntárias foram coletadas para obter células mononucleares do sangue periférico, os quais foram criopreservados e posteriormente analisadas para diferentes fenótipos por citometria de fluxo. Com a TARV, o controle da replicação viral foi obtido, com um aumento significativo de células T CD4+. Variações percentuais nos níveis circulantes de células T naïve, memória central e memória efetoras em ambas subpopulações, TCD4+ e CD8+, não foram detectados ao longo do estudo. Uma ativação celular persistente, traduzida por níveis elevados de linfócitos T CD8+/CD38+, foi observada nos três momentos analisados, inclusive no momento do parto, quando o controle da carga viral ocorre. Portanto, a ativação celular em mulheres grávidas sob TARV não está associado com a replicação viral, mas a outros fatores inerentes à gravidez e ao parto. Importante para a prevenção da transmissão vertical do HIV-1, a TARV não induziu alterações significativas na circulação das subpopulações celulares nesses pacientes, e sua suspensão não causou impacto nos perfis das células estudadas, pelo menos no curto prazo.
Resumo em Inglês
In recent years, the Aids epidemic in Brazil has shown significant changes in its profile, characterized primarily by its feminization. The growth of AIDS cases in women, especially those of reproductive age, has resulted in increased vertical transmission of HIV-1. Therefore, prevention of vertical transmission of HIV-1 is a great challenge to be faced. Several studies have shown a reduction of vertical transmission of HIV-1 (<2%), with appropriate use of antiretroviral therapy (ART) during pregnancy and childbirth. In addition, the use of HAART is directly associated with a significant recovery of the immune system, with a quantitative increase in peripheral levels of CD4 + T cells, accompanied by the reversal of immunopathogenic processes of infection such as persistent cellular activation, and consequently, change in the profiles of cellular differentiation. This study aims to investigate the immunological profile, in particular the immune reconstitution in HIV-infected pregnant women, at different moments of ART or prophylaxis of vertical transmission, or discontinued after delivery. Thirty seven women HIV-1 infected and treatment-naive, recruited through the General Hospital of Nova Iguacu-MS, were evaluated prior to initiation of ART (early gestation) at birth (in ART) and six months our one year postpartum (after discontinuation of ART). In these three moments, the volunteers' blood samples were collected to obtain peripheral blood mononuclear cells, which were cryopreserved and subsequently analyzed for different phenotypes by flow cytometry. With HAART, control of viral replication was obtained, with a significant increase of CD4 + T cells. Percentage changes in levels of circulating naïve T cells, central memory and effector cells in both, of CD4 + and CD8 + T subpopulation, were not detected throughout the study. Interestingly, a persistent cellular activation, translated by elevated levels of T CD8 + / CD38 + lymphocytes, was observed in the three moments analysed, including at birth when the control of viral load occurs. Therefore, the cellular activation in pregnant women under HAART is not associated with viral replication, but other factors related to pregnancy and childbirth. Important for the prevention of vertical transmission of HIV, ART did not induce significant changes in circulating cell subpopulations in these patients, and its suspension caused no impact on cell profiles studied, at least in the short term.
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