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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/67075
INVESTIGAÇÃO DOS VÍRUS MAYARO E OROPOUCHE NA INTERFACE HUMANO-ANIMAL EM REGIÕES METROPOLITANAS DO CENTRO-OESTE DO BRASIL, 2016-2018
Infecção por Oropouche Orthobunyavirus
Interação Humano-Animal
Animais Domésticos
Animais Selvagens
Dias, Helver Gonçalves | Data do documento:
2023
Autor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
As arboviroses constituem um dos maiores desafios em saúde pública enfrentados pelo Brasil nas últimas décadas, sendo então a vigilância em saúde uma importante estratégia na prevenção e controle de riscos e doenças. Neste trabalho, buscou-se investigar a circulação dos arbovírus Mayaro virus (MAYV, Togaviridae) e Oropouche orthobunyavirus (OROV, Peribunyaviridae) em populações de animais domésticos e silvestres, pacientes com quadro febril agudo e mosquitos (Diptera: Culicidae) de regiões metropolitanas do Centro-Oeste do Brasil. Para isso, utilizou-se a reação em cadeia da polimerase (PCR) de transcrição reversa em tempo real (RT-qPCR) para a detecção de RNA viral e o teste de neutralização por redução de placas (PRNT) para investigação de anticorpos neutralizantes. Paralelamente, buscou-se identificar e caracterizar o hábito alimentar de culicídeos ingurgitados e capturados na mesma região, através da identificação da fonte alimentar por PCR convencional seguido de sequenciamento nucleotídico. Entre os anos de 2016 a 2018 foram coletadas amostras de sangue de 670 animais domésticos e 215 silvestres identificados respectivamente à sete e dez espécies, bem como de 107 pacientes com quadro febril agudo. Adicionalmente, foram capturados 22.931 mosquitos não ingurgitados e 284 ingurgitados. Todas as amostras de sangue e mosquitos não ingurgitados foram testadas por RT-qPCR e amostras de plasma de 200 animais domésticos foram submetidas ao PRNT para MAYV e OROV. Nenhuma amostra foi positiva no RT-qPCR. No entanto, sete (3,5%) animais domésticos apresentaram anticorpos neutralizantes para MAYV e seis (3%) para OROV com títulos de PRNT em amostras de plasma variando de 20 a 320 com base no critério de 90% de neutralização Em relação à identificação da fonte alimentar em mosquitos ingurgitados, dentre os 51,4% (146/284) dos mosquitos que tiveram a fonte alimentar identificada, 83,3% (129/146) apresentavam DNA de mamíferos e 11,7% (17/146) DNA de aves. A análise das sequências de DNA encontradas nos mosquitos ingurgitados confirma a exposição das espécies de vertebrados testadas aos mosquitos vetores coletados no presente estudo. Os achados reportados aqui evidenciam a exposição de animais domésticos ao MAYV e OROV na interface homem-animal no Centro-Oeste do Brasil. A exposição desses animais aos mosquitos vetores que circulam na região reforçam a necessidade de abordagens em saúde única no estudo das arboviroses enzoóticas no Brasil
Resumo em Inglês
Arboviruses are one of the greatest public health challenges faced in Brazil, making surveillance an important strategy for disease control and prevention. In this work, we sought to investigate the circulation of Mayaro virus (MAYV, Togaviridae) and Oropouche orthobunyavirus (OROV, Peribunyaviridae) in blood samples of domestic and wild animals, patients with acute fever, and also in mosquito (Diptera: Culicidae) samples from the metropolitan regions of Midwest Brazil. A protocol of real-time reverse transcription polymerase chain reaction (RT-qPCR) was used to detect viral RNA in all blood samples and in non-engorged mosquitoes. The plaque reduction neutralization test (PRNT) for MAYV and OROV were used to investigate specific neutralizing antibodies in plasma samples of a subset of 200 domestic animals. Additionally, we investigated the feeding habits of mosquitoes, seeking host DNA in engorged mosquitoes by conventional PCR followed by nucleotide sequencing. Between 2016 and 2018, blood samples were collected from 670 domestic animals and 215 wild animals, identified respectively to seven species and 10 species, and from 107 patients with acute fever. No sample was positive in RT-qPCR. However, seven (3.5%) domestic animals showed neutralizing antibodies to MAYV and six (3%) to OROV by PRNT with titers ranging from 20 to 320 based on the 90% neutralization criterion. Regarding the identification of the food source in engorged mosquitoes, among the 51.4% (146/284) of the mosquitoes that had the food source identified, 83.3% (129/146) had mammalian DNA and 11.7% (17/146) DNA from birds. The analysis of the DNA sequences found in the engorged mosquitoes confirms the exposure of the tested vertebrate species to the mosquito vectors collected in the present study The findings reported here demonstrate the exposure of domestic animals to MAYV and OROV in the human-animal interface of Midwest Brazil. The exposure of these animals to these arboviruses and local vectors reinforces the need for one health approach in the study of enzootic arboviruses in Brazil
DeCS
Infecção por Virus MayaroInfecção por Oropouche Orthobunyavirus
Interação Humano-Animal
Animais Domésticos
Animais Selvagens
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