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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/67073
DINAMIZAÇÃO DE PRÁTICAS PARA O ENFRENTAMENTO DE PARASITOSES INTESTINAIS NO ÂMBITO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM NO COMPLEXO DE MANGUINHOS, RIO DE JANEIRO
prevenção e controle
Assistência Integral à Saúde
Educação em Saúde
Homens
Manguinhos
Bordignon, Julio Cesar Pegado | Data do documento:
2022
Autor(es)
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Introdução: As parasitoses intestinais são doenças negligenciadas causadas por helmintos e protozoários, tendo as relações entre o parasita, o hospedeiro e o meio ambiente o potencial de produzir alta morbidade, incapacidade para o trabalho e mortalidade em áreas vulneráveis. Este estudo avaliou a prevalência de parasitoses intestinais em relação às condições socioambientais, analisou os conhecimentos, atitudes e práticas relacionados a essas doenças de homens residentes em favelas urbanas do município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil e avaliou os conhecimentos, atitudes e práticas acerca das parasitoses intestinais após atividades de Educação Popular em Saúde, durante a sindemia de COVID-19. Método: Tratase de um estudo transversal, quase-experimental, qualiquantitativo, descritivo, analítico, com amostragem não aleatória por conveniência, observação participante, pesquisa-ação e intervenção de campo, realizado com homens de 20 a 59 anos, residentes no Complexo de Favelas de Manguinhos, durante os anos de 2018 a 2021. Foram aplicados o questionário socioeconômico e o questionário sobre Conhecimentos, Atitudes e Práticas acerca das parasitoses intestinais. Os diagnósticos coproparasitológicos (n=454) foram realizados por meio de quatro métodos e amostras de água para consumo domiciliar (n=392) foram submetidas a análises microbiológicas e físico-químicas. Após esta fase, os participantes foram distribuídos em dois grupos: controle e experimental. Foram realizadas as práticas de Educação Popular em Saúde com o grupo experimental e aplicado o pós-teste. Os dois momentos foram comparados pelos testes de Wilcoxon e Mann-Whitney. Resultados: Foram cadastrados 624 moradores e 586 domicílios, distribuídos pelas 18 comunidades que compõem atualmente o Complexo de Favelas de Manguinhos Cerca de 40% dos domicílios tinham “água imprópria para consumo”. Apenas uma Grande Área (MA 3) não foi estatisticamente significativa para parasitoses intestinais (AOR=0,75/IC95%=0,30- 1,88/p=0,55). A prevalência geral de parasitoses intestinais foi de 23,8%. Endolimax nana (n=65, 14,3%) e ancilostomídeos (n=8, 1,7%) foram os agentes mais frequentemente identificados. A análise da frequência de respostas ao questionário sobre Conhecimentos, Atitudes e Práticas acerca das parasitoses intestinais mostrou que os homens afirmaram que procurariam ajuda médica caso suspeitassem dessas doenças, e cerca de 35% se automedicariam. Houve aumento significativo dos conhecimentos sobre as parasitoses intestinais nos participantes do grupo experimental após as práticas de Educação Popular em Saúde. Conclusões: Os resultados mostram a necessidade de adoção de práticas integradas de educação em saúde com homens residentes em favelas urbanas para qualificar o cuidado com a água para consumo humano e promover o autocuidado sobre as parasitoses intestinais. O domicílio pode ser considerado estratégico para as atividades da Atenção Básica à Saúde do Homem. A Educação Popular em Saúde com homens acerca das parasitoses intestinais por contato telefônico, qualificou os conhecimentos destes para o autocuidado, podendo ser efetiva no enfrentamento destas doenças em favelas urbanas, durante a sindemia de COVID-19
Resumo em Inglês
Introduction: Intestinal parasitic infections are neglected diseases caused by helminths and protozoa, and the relationships between the parasite, the host and the environment have the potential to produce high morbidity, incapacity for work and mortality in vulnerable areas. This study evaluated the prevalence of intestinal parasites in relation to socio-environmental conditions; analyzed the knowledge, attitudes and practices related to these diseases of men living in urban slums in the city of Rio de Janeiro, RJ, Brazil; and evaluated the knowledge, attitudes, and practices about intestinal parasitic infections after Popular Health Education activities, during the COVID-19 syndemic. Method: The study was cross-sectional, quasiexperimental, quali-quantitative, descriptive, and analytical, with non-random convenience sampling, participant observation, action research and field intervention, carried out with men aged 20 to 59 years, residents of slums of the Complexo de Manguinhos, during the years 2018 to 2021. A socioeconomic questionnaire and a questionnaire on knowledge, attitudes and practices about intestinal parasitic infections were applied. Coproparasitological diagnoses (n=454) were performed using four methods and samples of water for domestic consumption (n=392) were subjected to microbiological and physicochemical analyses. After this phase, the participants were divided into two groups: control and experimental. Popular Health Education practices were carried out with the experimental group and a post-test was applied. Results for the pre-test and pos-test were compared using the Wilcoxon and MannWhitney tests. Results: A total of 624 residents and 586 households, distributed across the 18 communities that currently make up the Complexo de Manguinhos, were registered about 40% of the households had “water that was unfit for consumption” Only one Major Area (MA3) was not statistically significant for intestinal parasites (AOR=0.75/95%CI=0.30-1.88/p=0.55). The overall prevalence of intestinal parasites was 23.8%, with Endolimax nana (n=65, 14.3%) and hookworms (n=8, 1.7%) being the most frequently identified agents. Analysis of the frequency of responses to the questionnaire on knowledge, attitudes and practices about intestinal parasitic infections showed that the men stated that they would seek medical help if they suspected these diseases, and about 35% would self-medicate. There was a significant increase in knowledge about intestinal parasites in the participants of the experimental group after the Popular Health Education practices were carried out. Conclusions: The results show the need to adopt integrated health education practices with men living in urban slums to qualify care of water for human consumption and promote self-care for intestinal parasitic infections. The household can be considered strategic for the activities of Primary Care for Men's Health. Popular Health Education by telephone with men about intestinal parasitic infections, qualified their knowledge for self-care, and can be effective in coping with these diseases in urban slums during the COVID-19 syndemic
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