Evolução clínica e perfil epidemiológico dos recém-nascidos com Gastrosquise em uma unidade de referência no Rio de Janeiro

Abstract

Introdução: No Brasil, a taxa de mortalidade infantil tem apresentado redução importante, resultante de melhorias nos aspectos econômicos, sociais e de assistência à saúde, acompanhada de uma mudança no perfil epidemiológico, onde a mortalidade neonatal precoce aparece como principal componente, seguida das malformações congênitas. Dentre essas malformações, a gastrosquise é o defeito mais comum da parede abdominal, sendo uma das principais doenças congênitas que requerem intervenção no período neonatal. Esse estudo descreve as características epidemiológicas e a evolução clínica dos pacientes com gastrosquise do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (INSMCA Fernandes Figueira/Fiocruz). Metodologia: pesquisa quantitativa, descritiva, tendo formulário como instrumento de coleta de dados, e estudo observacional transversal de uma coorte obtida de recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal cirúrgica no ano de 2020. Foram descritas as características clínico-epidemiológicas durante o período de internação na UTI neonatal e cirúrgica. Resultados: foi observada elevada taxa de sobrevida entre os pacientes com gastrosquise, porém ainda grande número de complicações, como sepse e infecção associada ao cateter, especialmente entre aqueles com gastrosquise complexa. Existem diferenças significativas na evolução clínica entre os pacientes com gastrosquise simples e complexa. Conclusão: a gastrosquise é uma malformação com elevada taxa de sobrevida, mas que pode levar a internação prolongada e óbito. É de extrema importância a identificação dos principais fatores associados aos desfechos adversos.