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ALTERAÇÕES OFTALMOLÓGICAS EM PACIENTES COM COVID-19 ATENDIDOS NO INSTITUTO NACIONAL DE INFECTOLOGIA - INI/FIOCRUZ
Giampietro, Bárbara Vilela | Data do documento:
2022
Autor(es)
Orientador
Coorientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Introdução: O primeiro caso reportado de COVID19 foi na província de Wuhan, China, em dezembro do mesmo ano. Por ser um vírus de rápida disseminação, a doença se tornou uma emergência mundial e a OMS declarou pandemia em 11 de março de 2020. Após sequenciamento genético foi descoberto um novo subtipo de coronavírus: SARS-CoV-2. Objetivos: Descrever as características clínicas e oftalmológicas dos pacientes com SARS-CoV-2. Métodos: Trata-se de um estudo transversal através da análise dos resultados encontrados nos exames oftalmológicos realizados no centro de referência do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), no período de 8 de julho a 8 de novembro de 2020. : Cento e cinquenta pacientes foram incluídos e alocados em três grupos (cada grupo com 50 pacientes de tamanho amostral) dependendo da gravidade da doença em que se apresentavam. As avaliações oftalmológicas foram realizadas em três grupos de pacientes: Grupo 1 corresponde aos pacientes internados no Centro de Terapia Intensiva, Grupo 2 pacientes internados na semi-intensiva e grupo 3 pacientes ambulatoriais. Resultados: A média de idade do grupo1 foi de 62,1 (dp 12,4), do grupo2 60,7 (dp 17,4) e do grupo3 44,1 (dp 14,8), p<0.001. As comorbidades mais encontradas foram hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes. Entre os pacientes examinados, dez apresentaram alterações oftalmológicas. sendo que o grupo 1 com 5 pacientes (10%), grupo 2 com 4 pacientes (8%) e grupo 3 com 1 paciente (2%), p=0.345. Os achados oftalmológicos encontrados foram hemorragia em chama de vela e exsudatos algodonosos. Ao analisarmos as características gerais nos pacientes com alterações oftalmológicas (N=10), a média de idade foi de 46,8 (dp 9,45), desses pacientes, 7 eram hipertensos (70%), 2 pacientes (20%) HIV positivos, 1 paciente obeso (10%) e 6 pacientes (60%) diabéticos. Houve significância estatística nos pacientes com diabetes, p=0.014. Desses 10 pacientes, nove estavam internados e apenas um em regime ambulatorial. Nos grupos1 e 2 correspondentes aos 100 pacientes internados, comparamos os principais parâmetros de gravidade. No grupo1, 44 pacientes (88%) necessitaram de intubação oro traqueal (IOT) e 10 pacientes (20%) de diálise. No grupo2, 11 pacientes (22%) com IOT e 6 pacientes (12%) fizeram diálise. Houve significância estatística nos pacientes submetidos a IOT, p<0,001. A média de dias de IOT foi de 18,4 (dp 15,2) no grupo1 e 12,1 (dp 8,53) no grupo2. A média do ddímero na admissão foi de 45,31 no grupo1 e 308,0 no grupo2. Entre os 10 pacientes com alterações no exame oftalmológico, apenas 1 paciente apresentou ddímero maior que 3 vezes o valor de referência. Conclusão: Nosso estudo demonstrou a presença de alterações oftalmológicas em pacientes com infecção pelo SARS-CoV-2, apesar de não encontrar fatores de risco clínicos ou laboratoriais para o aparecimento de tais alterações. Novos estudos com um número maior de pacientes poderão demonstrar esses fatores de risco.
Resumo em Inglês
Introduction: The first reported case of COVID19 was in the Wuhan, China, in December of the same year. As it is a rapidly spreading virus, the disease became a global emergency and the WHO declared a pandemic on March 11, 2020. After genetic sequencing, a new subtype of coronavirus was discovered: SARS-CoV-2 Purpose: Describe the clinical and ophthalmological characteristics of patients with Sars CoV-2. Methods: This is a cross-sectional study trough the analysis of the results found in ophthalmological examinations carried out at the reference center of the National Institute of Infectiology from July 8 to November 8, 2020. Ophthalmological evaluations were carried out in three groups of patients: group 1 corresponds to patients hospitalized in the intensive care unit, group 2 patients hospitalized in the semi-intensive care unit and group 3, outpatients. Results: In all, 150 patients were included and allocated into three groups (50 patients per group) depending on the disease severity presented. Group 1 included patients admitted to the intensive care center (ICU), group 2 were patients admitted to the semi ICU, and group 3 were outpatients. The mean ages were 62.1 (standard deviation, SD = 12.4), 60.7 (SD, 17.4), and 44.1 (SD, 14.8) years in groups 1–3, respectively. The most common comorbidities were systemic arterial hypertension (SAH) and diabetes. Among the examined patients, 10 had ophthalmological changes; there were five (10%), four patients (8%), and one patient (2%) patient in groups 1–3. The ophthalmological findings were candle flame hemorrhage and cotton wool exudates. When analyzing the general characteristics of the 10 patients with ophthalmological changes, the mean age was 46.8 (SD 9.45) years. Seven were hypertensive (70%), two (20%) were positive for human immunodeficiency virus (HIV), one was obese (10%) and six were diabetic (60%). Nine of these patients were hospitalized and one was seen on an outpatient basis. For groups 1 and 2 corresponding to the 100 hospitalized patients, we compared the main parameters of severity. In group 1, 44 patients (88%) required orotracheal intubation (OTI) and 10 patients (20%) were on dialysis. In group 2, 11 patients (22%) required OTI and 6 patients (12%) underwent dialysis. The mean numbers of OTI days were 18.4 (SD, 15.2) for group 1 and 12.1 (SD, 8.53) for group 2. The average d-dimer levels at admission were 45.31 for group 1 and 308.0 for group 2. Among the 10 patients with alterations in the ophthalmological examination, only 1 patient had a d-dímer greater than 3 times the reference value. Conclusion: We observed ophthalmic changes in patients with SARS-CoV-2 infection, despite not finding any clinical or laboratory risk factors for the appearance of such changes. New studies with a larger number of patients may demonstrate these risk factors.
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