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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/62128
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DissertaçãoDireito Autoral
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PREVALÊNCIA DOS VÍRUS DA HEPATITE A (HAV) E VÍRUS DA HEPATITE E (HEV) EM CANDIDATOS A DOAÇÃO DE SANGUE EM SALVADOR-BA
Mendes, Daniela Santana | Data do documento:
2023
Título alternativo
Prevalence of hepatitis A virus (HAV) and hepatitis E virus (HEV) in candidates for blood donation in Salvador-BAAutor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.
Resumo
Introdução: A hepatite A e E são doenças indistinguíveis clinicamente, e a falta de testes para diagnostico do HEV em nível de laboratório de saúde pública torna esta doença praticamente desconhecida. Objetivo: Determinar a soroprevalência de anti-HAV IgG e anti-HEV IgM/IgG entre candidatos a doação de sangue na cidade de Salvador-BA. Materiais e Métodos: O desenho do estudo é de corte transversal. Os candidatos à doação de sangue foram recrutados na Fundação HEMOBA, de ambos os sexos, com idade entre 16 e 69 anos. Foram incluídos no estudo todos os candidatos, aptos e inaptos para a doação de sangue pela triagem. Os dados foram obtidos através de entrevistas e uma amostra de sangue foi coletada para a pesquisa dos anticorpos anti-HAV IgG (ARCHITECT/ABBOT) e anti-HEV IgG e IgM ELISA (Wantai) e dosagem das transaminases séricas AST e ALT (Wiener Lab). Os dados foram analisados utilizando o software EpiInfo (CDC, v. 7.2.3.1). Resultados: Participaram do estudo cerca de 466 candidatos à doação de sangue, de ambos os sexos, com idade variando entre 16 e 69 anos na HEMOBA, sendo 387 aptos e 79 inaptos à doação de sangue (taxa de inaptidão de 17%). A maioria dos participantes foi do sexo masculino (52%), com cor da pele pretos ou parda (84%) e o nível de escolaridade médio completo ou superior (90%). Poucos candidatos revelam que receberam doação de sangue (1%). Entretanto, os participantes possuem outros riscos percutâneos: uso de seringas não descartáveis (5%), piercing (18%) e tatuagem (37%). A grande maioria revelou ser etilista (65%), ter vida sexual ativa (95%), com o hábito de realizar tanto sexo oral (87%) quanto anal (45%), e o uso de preservativo foi irregular ou nunca (74%) A grande maioria dos participantes que realizaram exames bioquímicos para dosagem das transaminases hepáticas AST (95%) e ALT (97%) apresentara-se dentro dos valores de referência. A soroprevalência do anti-HAV IgG foi estimada entre os participantes não vacinados contra HAV em 53% (185/351; IC%: 47% - 58%); a soroprevalência do anti-HEV IgG em 7% (33/464; IC 95%: 5 - 10%) e nenhuma amostra foi detectada com anti-HEV IgM. Na análise univariada, residir no interior, não possuir rede de esgoto, já ter vivenciado enchente e, sobretudo, trabalhar com criação de animais representaram risco para exposição ao HAV. Na análise multivariada, apenas idade (dado não apresentado) e criação de animais mantiveram-se associados. Comer peixe fresco frequentemente também apresentou risco de exposição ao HAV (p = 0,04). Em relação à exposição ao HEV, renda familiar mensal menor que 3 salários-mínimos, viver no interior e comer carne de caça apresentaram RP maior que 2,00, mas sem significância. Na análise multivariada, apenas idade (dado não apresentado) e baixa renda mantiveram-se associados. Conclusão: A carga da hepatite A foi maior que da hepatite E mesmo havendo vacina contra HAV disponível. Um estudo mais robustos poderia identificar os riscos de infecção
Resumo em Inglês
Introduction: Hepatitis A and E are clinically indistinguishable diseases, and the lack of tests for diagnosing HEV at the public health laboratory level makes this disease virtually unknown. Objective: To determine the seroprevalence of anti-HAV IgG and anti-HEV IgM/IgG among candidates for blood donation in the city of Salvador-BA. Materials and Methods: The study design is cross-sectional. Candidates for blood donation were recruited from the HEMOBA Foundation, of both sexes, aged between 16 and 69 years. All eligible and unfit candidates for blood donation were included in the study. Data were obtained through interviews and a blood sample was collected for anti-HAV IgG (ARCHITECT/ABBOT) and anti-HEV IgG and IgM (Wantai) and serum AST and ALT transaminases (Wiener Lab) tests. Data were analyzed using EpiInfo software (CDC, v. 7.2.3.1). Results: About 466 candidates for blood donation, of both genders, aged between 16 and 67 years old at HEMOBA, participated in the study, with 387 eligible and 79 unfit for blood donation (17% failure rate). Most participants were male (52%), with black or brown skin color (84%) and complete high school education or higher (90%). Few candidates reveal that they have received blood donations (1%). However, participants have other percutaneous risks: use of non-disposable syringes (5%), piercing (18%) and tattooing (37%). The vast majority revealed to be an alcoholic (65%), to have an active sex life (95%), with the habit of performing both oral (87%) and anal sex (45%), and the use of condoms was irregular or never (74 %) Most participants who underwent biochemical tests for measurement of liver transaminases AST (95%) and ALT (97%) were within the reference values. Anti-HAV IgG seroprevalence was estimated among unvaccinated HAV participants at 53% (185/351; %CI: 47% - 58%); the seroprevalence of anti-HEV IgG in 7% (33/464; 95% CI: 5 - 10%) and no sample was detected with anti-HEV IgM. In the univariate analysis, living in the interior, not having a sewage system, having already experienced a flood and, above all, working with animal husbandry represented a risk for exposure to HAV. In the multivariate analysis, only age (data not shown) and animal husbandry remained associated. Eating fresh fish frequently also presented a risk of exposure to HAV (p = 0.04). Regarding exposure to HEV, monthly family income less than 3 minimum wages, living in the interior and eating game meat presented PR greater than 2.00, but without significance. In the multivariate analysis, only age (data not shown) and low income remained associated. Conclusion: The burden of hepatitis A was higher than that of hepatitis E even though the vaccine against HAV is available. A more robust study could identify the risks of infection
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