Disseminação de conhecimento na área da saúde da mulher e da criança: avaliação de implantação de uma estratégia mediada por tecnologia digital

Abstract

Introdução: O Portal de Boas Práticas do Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) é uma ferramenta digital, de livre acesso, que tem como objetivo a disseminação de conhecimento para a melhoria da prática clínica nas áreas de saúde da mulher, da criança e do recém-nascido. Tem como público-alvo os profissionais de saúde do SUS e seu acervo é composto por sínteses em diferentes formatos e webinares semanais com especialistas de referência de todo o Brasil. Iniciado em outubro de 2017, o Portal de Boas Práticas conta com mais de 6 milhões de acessos e 35 mil usuários cadastrados. Objetivo geral: Avaliar a implantação de uma estratégia de disseminação de conhecimento, nas áreas de saúde da mulher, da criança e do recém-nascido, mediada por tecnologia digital. Método: Pesquisa avaliativa no campo da saúde, desenvolvida com o seguinte percurso metodológico: identificação e envolvimento dos potenciais interessados; análise documental e descrição da intervenção; elaboração e validação do Modelo Lógico; elaboração e validação das perguntas avaliativas e da Matriz de Medidas; elaboração, validação e aplicação de survey com os usuários; análise do acervo do Portal de Boas Práticas e dos resultados do survey. A definição do Grau de Implantação considerou as dimensões estrutura, processos e resultado. Resultados: O Modelo Lógico da intervenção identificou três componentes: ambiente virtual; produção e disponibilização de conteúdo e articulação em rede. Foram definidas 32 perguntas avaliativas sendo 15 para dimensão estrutura, 16 para a dimensão processos e uma para a dimensão resultado. . Considerou-se que o Grau de Implantação do Portal de Boas Práticas é 82% na dimensão estrutura, 80% na dimensão processos e 100% na dimensão resultado. Os critérios ainda não implantados ou incipientes referem-se à: falta de uma estratégia para a revisão do acervo, pouca representatividade de especialistas de algumas regiões do país, recursos humanos da coordenação geral com vínculos precários e ausência de financiamento específico para o Portal de Boas Práticas. Conclusões: Ainda existem poucas estratégias de disseminação de conhecimento para profissionais das áreas de saúde da mulher, da criança e do recém-nascido com as características do Portal de Boas Práticas do IFF/Fiocruz. Foram identificados elementos facilitadores para a implantação e alcance da intervenção. Embora a ferramenta esteja implantada, considera-se que sua sustentabilidade e ampliação devem ser objeto de análise institucional. Considera-se que novos estudos avaliativos devem ser conduzidos no sentido de aprofundar os resultados e impacto desta e de outras ferramentas digitais, com foco melhoria da prática clínica dos profissionais de saúde do SUS.