Análise espacial da letalidade por SARS-COV-2 da população portadora de doenças crônicas no estado de São Paulo, março de 2020 a janeiro de 2021

Abstract

A Covid-19 foi identificada em dezembro de 2019 na China, tendo sido registrado o primeiro caso em fevereiro de 2020 em São Paulo, Brasil, com a primeira morte em março do mesmo ano. Foi realizado um estudo ecológico descritivo a partir de 196.462 casos de internações e 52.735 óbitos no estado de São Paulo no período de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021. Os dados aqui utilizados foram retirados da plataforma Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). Realizou-se o cálculo da letalidade entre os internados pela doença. Foi investigada a distribuição temporal e espacial da letalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pela Covid-19 e, para a observação da distribuição espacial, foi proposto o modelo de Regressão Geograficamente Ponderada (GWR) para avaliar a associação da letalidade com indicadores socioeconômicos e doenças crônicas associadas aos pacientes que foram descritas no banco de dados mencionado. Levamos em consideração as doenças crônicas: diabetes, doença renal, pneumopatia e cardiopatia. As análises de tendências temporais foram realizadas pela proporção de óbitos e internações, tendo por base o total da população internada e óbitos no período, notificados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH SUS) As análises mostraram-se agudas em algumas variantes da Covid-19 no estado de São Paulo, evidenciando que, dentre os meses de março a setembro de 2020, a variante predominante foi a B.1.1.28.1 e B.1.1.33, ambas identificadas no Brasil. Já entre novembro e janeiro de 2021, foi encontrada a predominância da variante B.11.28.2 e B.11.7. Para as ocorrências espaciais, observou-se que fatores como renda e sexo masculino influenciaram no comportamento da letalidade no território; além disso, possuir cardiopatia, diabetes ou pneumopatia foi um fator sugestivo para o aumento da letalidade. Por fim, este estudo contribuiu para a descrição da dinâmica espaço-temporal da letalidade por SRAG Covid-19 no estado e destacou o efeito da vulnerabilidade social diante da pandemia.