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COVID-19 EM POPULAÇÃO INDÍGENA: ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL EM MATO GROSSO DO SUL, BRASIL
Health of Indigenous Peoples
COVID-19
Multiple Correspondence Analysis
Mato Grosso do Sul
Saúde de Populações Indígenas
Epidemiologia
Análise de Escalonamento Multidimensional
Atenção à Saúde
Hospitalização
Estudos de Avaliação como Assunto
Epidemiology
Health of Indigenous Peoples
Mortalidade
Croda, Mariana Trinidad Ribeiro da Costa Garcia | Data do documento:
2023
Título alternativo
COVID-19 in an indigenous population: multidimensional analysis in Mato Grosso do Sul, BrazilOrientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Introdução: A população indígena vive em situação de extrema vulnerabilidade para doenças infecciosas. O estado do Mato Grosso do Sul conta com uma das maiores populações indígenas do país, com povos vivendo em diferentes condições sociodemográficas e de acesso aos serviços de saúde A introdução de um novo vírus respiratório nos territórios indígenas gerou grande alerta quanto ao risco de maior gravidade e óbito, bem como a rápida disseminação do SARS-CoV-2 nessa população. Objetivo: Avaliar os aspectos epidemiológicos da COVID-19 na população indígena do Mato Grosso do Sul; e avaliar associações com óbitos e internação, através de técnicas exploratórias para a geração de hipóteses. Resultados: Na primeira parte do estudo utilizou-se abordagem seccional avaliando a epidemiologia da COVID-19 entre indígenas e não indígenas descrevendo as principais características entre as duas populações no primeiro ano da pandemia. Foram avaliados 176,478 casos, incluindo 5,299 indígenas. Entre a população indígena 52.5% eram mulheres (intervalo de confiança [IC] 51.2-53.9), 38% (IC:36.7-39.4) tinham 20-39 anos, 56.7% foram diagnosticados por testes rápidos de anticorpos, 12.3% (IC 95%:11.5-13.2) apresentavam pelo menos uma comorbidade e 5.3% foram hospitalizados (IC 95%:4.7–5.9). Dos não indígenas, 56.8% foram confirmados por RTPCR, 4.4% (IC 95%:4.3-4.5) apresentaram pelo menos uma comorbidade e 8% foram hospitalizados (IC :95%:7.9-8.2). A maioria dos pacientes que evoluíram a óbito tinham idade ≥60 anos (65.1% indígenas vs. 74.1% não indígenas) A mortalidade em indígenas sem internação hospitalar foi mais de três vezes maior (11% vs. 2.9%). Os indígenas tiveram menor proporção de diagnósticos por RT-PCR; as mortes foram mais frequentes em pacientes mais jovens e eram menos prováveis de serem hospitalizados. A vacinação em massa pode ter controlado a incidência e a mortalidade associadas à COVID-19 nessa população durante o período de maior circulação viral. Na segunda etapa avaliamos os dados de SRAG em indígenas utilizando uma abordagem de análise de correspondência múltipla para identificar relação das variáveis categóricas contida no SIVEP-Gripe com óbitos. De 2020 até julho de 2022, 484 casos de SRAG em indígenas por COVID-19 foram notificados no SIVEP-Gripe. Os achados revelam maior relação de idade > 65 anos, internação em hospital público estadual e internação fora do município de residência acima de 100 quilômetros com óbitos por COVID-19. Observamos o impacto de comorbidades e etnia não Guarani/Kaiowá nos resultados. Conclusão: Os resultados demonstram a vulnerabilidade a que os indígenas estão expostos, destacando a importância do acesso à serviços de saúde de maneira oportuna e de qualidade.
Resumo em Inglês
Introduction: The state of Mato Grosso do Sul harbors one of the most significant indigenous populations in the nation. These indigenous communities reside under diverse sociodemographic circumstances and encounter varying degrees of access to healthcare services. The vulnerability of the indigenous population to infectious diseases has raised great concern due to the high potential for serious outcomes and mortality in the face of a new respiratory virus such as SARS-CoV-2. Objective: To evaluate the epidemiological aspects of COVID-19 in the indigenous population of Mato Grosso do Sul. Observational research were conducted utilizing an analysis of the secondary databases - SIVEP-Gripe and e-SUS NOTIFICA Results: (2020-2022). In these first analysis, we focused on confirmed cases of COVID-19 within the state of Mato Grosso do Sul among both indigenous and non-indigenous populations, elucidating the primary differentiators between these two groups during the first year of the pandemic. We evaluated a total of 176,478 cases, including 5,299 indigenous people. Among the indigenous population, 52.5% were women (confidence interval [CI] 51.2-53.9), 38% were 20-39 years old (CI 95%:36.7-39.4), 56.7% were diagnosed by rapid antibody tests, 12.3% had at least one comorbidity (CI 95%:11.5-13.2), and 5.3% were hospitalized (CI 95%:4.7–5.9). In the non-indigenous patients, 56.8% were confirmed using RT-PCR, 4.4% had at least one comorbidity (CI 95%:4.3-4.5), and 8.0% were hospitalized (CI 95%:7.9-8.2). The majority of non-survivors were ≥60 years old (65.1% indigenous vs. 74.1% non-indigenous) The mortality in indigenous people was more than three times higher (11% vs. 2.9%). Indigenous people had a lower proportion of RT-PCR diagnoses; deaths were more frequent in younger patients and were less likely to be admitted to hospital. Mass vaccination may have controlled the incidence and mortality associated with COVID-19 in this population during the period of increased viral circulation. In the second analysis we explored the SARS data specifically concerning indigenous individuals employing a multiple correspondence analysis approach to unveil the associations among the variables present in the SIVEP-Gripe database, particularly in relation to fatalities. From 2020 to July 2022, 484 cases of SARS in indigenous peoples due to COVID-19 were reported in SIVEP-Gripe. Our findings show a higher ratio of age > 65 years, hospitalization in a state public hospital and hospital distance over 100 kilometers and the deaths. We also observed the impact of comorbidities and nonGuarani/Kaiowá ethnicity on the results. Conclusion: The results demonstrate the disproportionate vulnerability that indigenous populations are exposed to, highlighting the importance of timely and high-quality access to healthcare services.
Palavras-chave em inglês
EpidemiologyHealth of Indigenous Peoples
COVID-19
Multiple Correspondence Analysis
DeCS
COVID-19Mato Grosso do Sul
Saúde de Populações Indígenas
Epidemiologia
Análise de Escalonamento Multidimensional
Atenção à Saúde
Hospitalização
Estudos de Avaliação como Assunto
Epidemiology
Health of Indigenous Peoples
Mortalidade
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