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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/61329
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM ADOLESCENTES E JOVENS: FATORES EPIDEMIOLÓGICOS E O PROTAGONISMO JUVENIL NA PREVENÇÃO E SAÚDE SEXUAL NO ESTADO DO PIAUÍ
Maia, Aíka Barros Barbosa | Data do documento:
2022
Autor(es)
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Apesar dos importantes avanços registrados nas últimas décadas na prevenção e diagnóstico, as infecções sexualmente transmissíveis ainda são um grande desafio para o controle global de infecções, principalmente aquelas assintomáticas. Em todo o mundo, são mais de 39 milhões de pessoas vivendo com o vírus do HIV, enquanto aproximadamente 7 milhões de novos casos de sífilis ocorrem por ano com forte tendência de crescimento. As hepatites virais, por sua vez, também são um grande desafio de saúde pública, e por isso 325 milhões de pessoas são portadoras crônicas desses vírus. Particularmente entre jovens e adolescentes tem havido um crescimento silencioso das Infeccoes Sexualmente Transmissíveis (ISTs). De aproximadamente 20 milhões de novas infecções sexualmente transmissíveis a cada ano nos Estados Unidos, metade dos casos ocorre entre jovens e adolescentes de 15 a 24 anos. Tendo isso em mente, o objetivo deste estudo foi analisar a incidência de HIV, sífilis e hepatite B em adolescentes e jovens no estado do Piauí e os fatores associados a esta prevalência. Trata-se de um estudo multi-método, que combinou dados secundários e pesquisa direta (estudo transversal) com adolescentes. No primeiro, através de dados coletados no sistema DATASUS, utilizou-se o período de 2010 a 2020 buscando a incidência (casos novos) de sífilis, HIV /AIDS e hepatites virais. No estudo transversal buscamos avaliar o protagonismo juvenil em escolares de cursos profissionalizantes na prevenção as IST e sua saúde sexual. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos sendo aprovado com o registro CAAE: 84487918.6.0000.8007, sob o de Número do Parecer: 2.555.6. Os casos de HIV/aids em adolescentes e jovens apresentaram incidência variável, e saíram de 7 em 2010, para 18 em 2013 e 3 em 2020. Já os casos de sífilis saíram de 3 em 2010 para 1100 em 2019. Os casos de hepatites virais saíram de 192 para 118 em 2019. Na analise de fatores associados encontrou se que as maiores chances de já ter tido ISTs foram associadas aqueles jovens que estavam em um relacionamento (2,49 vezes) do que aqueles que não estavam em um relacionamento, entre aqueles que sabiam o que são ISTs (1.27 vezes) do que aqueles que não conheciam ISTs; entre os jovens que consideram a penetração vaginal como sinônimo de sexo (3.25 vezes mais chances de ter tido histórico de ISTs) do que aqueles que não consideravam; entre os que dizem ter praticado sexo oral (aumentou em 2.13 vezes a chance de ter tido histórico de ISTs), enquanto já ter prática sexo vaginal foi o fator que mais aumentou as chances de ter tido histórico de ISTs entre jovens (4,89). Nosso estudo mostrou falta de conhecimento preciso e equívocos sobre infecções sexualmente transmissíveis, especialmente em estudantes mais jovens. Concluiu-se que aumentar a conscientização sobre infecções sexualmente transmissíveis a partir da idade escolar pode ajudar os jovens a compreender os comportamentos corretos a serem adotados para viver uma vida mais saudável em seu próprio interesse e de toda a sociedade
Resumo em Inglês
Despite the important advances recorded in recent decades in prevention and diagnosis, sexually transmitted infections are still a major challenge for the global control of infections, especially asymptomatic ones. Worldwide, there are more than 39 million people living with the HIV virus, while approximately 7 million new cases of syphilis occur each year, with a strong upward trend. Viral hepatitis, in turn, is also a major public health challenge, and for this reason 325 million people are chronic carriers of these viruses. Particularly among young people and adolescents, there has been a silent increase in Sexually Transmitted Infections (STIs). Of approximately 20 million new sexually transmitted infections each year in the United States, half of the cases occur among young people aged 15 to 24 years. With this in mind, the objective of this study was to analyze the incidence of HIV, syphilis and hepatitis B in adolescents and young people in the state of Piauí and the factors associated with this prevalence. This is a multi-method study, which combined secondary data and direct research (cross-sectional study) with adolescents. In the first, through data collected in the DATASUS system, the period from 2010 to 2020 was used, seeking the incidence (new cases) of syphilis, HIV/AIDS and viral hepatitis. In the cross-sectional study, we sought to evaluate the youth protagonism in students of professional courses in the prevention of STIs and their sexual health. The study was approved by the Ethics Committee for Research on Human Beings and was approved under the registration: 84487918.6.0000.8007, under the Opinion Number: 2.555.6. The cases of HIV/AIDS in adolescents and young people showed a variable incidence, went from 7 in 2010 to 18 in 2013 and 3 in 2020. The cases of syphilis went from 3 in 2010 to 1100 in 2019. The cases of viral hepatitis went from 192 to 118 in 2019. In the analysis of associated factors, it was found that the highest chances of having had STIs were associated with young people who were in a relationship (2.49 times) than those who were not in a relationship, among those who knew what STIs are (1.27 times) than those who did not know STIs; among young people who consider vaginal penetration synonymous with sex (3.25 times more likely to have had a history of STIs) than those who did not; among those who reported having had oral sex (the chance of having had a history of STIs increased by 2.13 times), while having already practiced vaginal sex was the factor that most increased the chances of having had a history of STIs among young people (4.89) . Our study showed a lack of accurate knowledge and misconceptions about sexually transmitted infections, especially in younger students. It was concluded that raising awareness of sexually transmitted infections from school age onwards can help young people to understand the correct behaviors to adopt to live a healthier life in their own interest and that of the whole society
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