A arte nas publicações científicas no ensino de ciências e nos livros didáticos de ciências do ensino fundamental da educação básica

Abstract

O ensino de ciências contribui para uma formação mais completa dos indivíduos e se faz presente no Brasil desde o século XIX. Apesar de sua longa trajetória o ensino bancário ainda é o método mais utilizado em sala de aula, contribuindo para um baixo rendimento acadêmico e evasão escolar. Dessa forma mudanças precisam acontecer para melhorar o processo de ensinar e aprender, visto que a sociedade demanda indivíduos que saibam relacionar conteúdos, trabalhar em equipe e de forma transdisciplinar, e uma forma de fornecer esses aspectos é a partir da interface entre ciência e arte. Em razão, de que as, diferentes manifestações artísticas podem apresentar os conteúdos de forma clara, prática, prazerosa e objetiva. Em vista desse contexto, nós fizemos o seguinte questionamento: Como a interface da ciência e da arte estão inseridas nas publicações científicas da área de ensino e em alguns livros didáticos de ensino fundamental da educação básica? O objetivo geral é compreender as relações existentes entre ciência e arte nas publicações cientificas da área de ensino de ciências e em duas coleções de livros didáticos dos anos finais do ensino fundamental, da educação básica. A metodologia utilizada adota um caráter descritivo e exploratório baseado em uma abordagem qualitativa que visa identificar dados documentais não quantitativos. As buscas das publicações científicas ocorreram nas bibliotecas virtuais SciELO, Biblioteca Virtual de Saúde, Portal de periódicos da Capes e no Buscador Google Acadêmico, no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2020. Os descritores da pesquisa foram “Ciência e Arte” e “Ensino de Ciências. Identificamos também as relações entre Ciência e Arte presentes em duas coleções de livros de Ciências dos anos finais do ensino fundamental aprovados pelo Plano Nacional do Livro Didático de 2020. Como referencial teórico utilizamos o livro Centelha de Gênios: Como pensam as pessoas mais criativas do mundo de Root-Bernstein e Root-Bernstein. Nos resultados identificamos 178 publicações, que estavam distribuídas em 89 artigos científicos e 89 trabalhos completos publicados em anais de congressos. A junção entre ciência e arte esteve presente em todos os níveis de ensino e as artes mais utilizadas foram o teatro, cinema, literatura, música, pinturas e histórias em quadrinhos. Na maioria dessas publicações a inserção da arte vem sendo apresentada como uma forte aliada para a melhoria do ensino de ciências, estimulando as categorias cognitivas descritas no livro centelha de gênios. Já nos livros didáticos observamos que a coleção “Inspire Ciências” apresentou um número maior de interações entre ciência e arte do que a coleção “Ciências Vida & Universo”, contudo em ambas as histórias em quadrinhos, o cinema e as pinturas se fizeram mais presentes. A interface entre ciência e arte promoveram uma maior compreensão e entendimento dos conteúdos estudados, além de estimularem a reflexão. Dessa forma, concluímos que a união entre ciência e arte pode favorecer a compreensão dos conteúdos, promover o diálogo, o pensamento crítico, bem como incentivar a participação dos discentes e docentes.