A resiliência psicológica e as práticas de autocuidado relacionadas à promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis em mulheres em atendimento ambulatorial

Abstract

As doenças crônicas não transmissíveis mais prevalentes no mundo são as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, alguns tipos de câncer e doenças respiratórias crônicas. Juntas essas condições foram responsáveis por mais da metade das mortes ocorridas no mundo e no Brasil e constituem o principal problema de saúde. As práticas de autocuidado com a saúde têm sido apontadas como a parte que cabe ao paciente nas estratégias de promoção da saúde. Alguns estudos vêm abordando a resiliência como um importante indicador para a realização de práticas saudáveis de autocuidado, estando associada à autonomia e às habilidades para a autogestão da saúde. O objetivo deste estudo é analisar a associação entre a resiliência psicológica e o autocuidado com a saúde em mulheres adultas. O estudo foi realizado com 159 pacientes dos ambulatórios de ginecologia do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz. Foi utilizada a versão brasileira da Escala de Resiliência de Wagnild & Young e um questionário adaptado do Inquérito Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. O principal resultado foi importância do contexto familiar para os níveis de resiliência, principalmente para mulheres que têm filhos. Não foram encontradas associações significativas entre resiliência e as variáveis de autocuidado. Novas pesquisas deverão ser desenvolvidas para esclarecer as possíveis relação entre resiliência e autocuidado e a importância da informação em saúde para promover mudanças de estilo de vida.