Implantação da metodologia de pesquisa e quantificação de listeria monocytogenes em alimentos no laboratório de controle microbiológico do instituto municipal de vigilância sanitária, vigilância de zoonoses e de inspeção agropecuária/RJ

Abstract

As doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTAH) vem emergindo gradualmente como um problema grave de saúde pública, o que se deve principalmente pelo crescimento da população, a proliferação da pobreza, e ao aumento da parcela de indivíduos mais vulneráveis. A Vigilância Sanitária tem como missão proteger a saúde da população, garantindo o acesso a produtos seguros, entre eles os alimentos. Sua atuação se dá através da regulação dos serviços prestados, incluindo os serviços de alimentação. As análises microbiológicas de alimentos são uma parte importante desse processo de regulação, seus resultados permitem avaliar a qualidade dos alimentos oferecidos à população, e determinam se os estabelecimentos de alimentação foram capazes de implementar a rotina de Boas Práticas de Fabricação (BPF), mantendo seus produtos dentro dos parâmetros microbiológicos determinados pela legislação vigente. Dentre os principais microrganismos causadores de DTAH está a Listeria monocytogenes, é a bactéria causadora da listeriose, uma doença que acomete principalmente mulheres grávidas causando aborto. Diversos estudos apontam sua ocorrência em diferentes tipos de produtos, e a sua capacidade de crescer em temperatura de refrigeração é o maior desafio para o seu controle na indústria de alimentos. A subnotificação ainda é um problema, principalmente em países mais populosos e em desenvolvimento. Enquanto isso, em países desenvolvidos os registros da sua ocorrência vêm apresentando um crescimento importante, o que se deve ao fato de que nessas sociedades existe um número maior de pessoas pertencentes aos grupos de mais susceptíveis, além de haver mais rigidez nas exigências de notificação e controle. O déficit de laboratórios aptos a fazer a identificação desse microrganismo também impacta na confiabilidade do sistema de notificações o que consequentemente ainda prejudica o controle adequado do patógeno em sua área de abrangência. Sendo assim, é de extrema importância a implementação de novas técnicas para o seu diagnóstico, principalmente em laboratórios da rede do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. O Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária do município do Rio de Janeiro possui dentro da sua estrutura o Laboratório Municipal de Saúde Pública (LASP) e é de grande relevância a implementação e verificação da metodologia para identificação de Listeria monocytogenes no seu escopo, com vistas a aperfeiçoar a capacidade de monitoramento e dessa forma assegurar alimentos com um atributo microbiológico superior.