Avaliação do acesso ao acolhimento à população LGBTQIA+ por parte dos profissionais de saúde de um Centro Municipal de Saúde na Zona Norte do Rio de Janeiro

Abstract

Introdução: Entre os desafios atuais da Atenção Básica, destacam-se aqueles relativos ao acesso e acolhimento e à efetividade das suas práticas. A população LGBTQIA+ tem demandas de saúde diferenciadas, e considerando os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), implicará em ações diferenciadas. A política LGBT reafirma o compromisso do SUS com a universalidade, integralidade e equidade, contemplando e garantindo acesso às ações voltadas para a promoção e prevenção de saúde, além do fortalecimento da representação do segmento nas instâncias de participação popular. Objetivo: Avaliar o acesso ao acolhimento à população LGBTQIA+, por parte dos profissionais de saúde de um Centro Municipal de Saúde. Metodologia: Para o desenvolvimento desta pesquisa foi realizado um estudo transversal, exploratório e descritivo, realizado sob a perspectiva de uma avaliação participativa e inclusiva, empregando o método qualitativo. Para tanto, os sujeitos participaram da pesquisa através de rodas de conversa presenciais e por meio de questionários online. Resultados: A maioria (85%) dos participantes considera a população LGBTQIA+ vulnerável. Apesar da maioria não relatar dificuldades no acolhimento desta população, mais da metade considera que não tem treinamento/capacitação apropriados. Foi identificado pelos sujeitos que as maiores barreiras de acessibilidade não foram as geográficas e sim a dos próprios profissionais e usuários, indicando a fragilidade do vínculo. Os participantes expressaram sentir dificuldades no entendimento do que cada letra do LGBQIA significa, em saber diferenciar o sexo biológico, o gênero, a expressão e a identidade. Outros pontos destacados foram a dificuldade de registro do nome social no prontuário pela falta de espaço específico e o desconhecimento dos serviços de hormonização e processo transexualizador por não fazerem parte da Atenção Básica. Conclusão: Para a melhoria do acesso ao acolhimento são necessários processos de treinamento/capacitação dos trabalhadores. A discussão sobre o processo de saúde e doença da população LGBTQIA+ também requer a compreensão dos conceitos de identidade sexual e identidade de gênero, de modo que facilite as ações de aceitabilidade e acessibilidade por parte dos profissionais de saúdeOutros pontos destacados foram a dificuldade de registro do nome social no prontuário pela falta de espaço específico e o desconhecimento dos serviços de hormonização e processo transexualizador por não fazerem parte da Atenção Básica. Conclusão: Para a melhoria do acesso ao acolhimento são necessários processos de treinamento/capacitação dos trabalhadores. A discussão sobre o processo de saúde e doença da população LGBTQIA+ também requer a compreensão dos conceitos de identidade sexual e identidade de gênero, de modo que facilite as ações de aceitabilidade e acessibilidade por parte dos profissionais de saúde.