Cadernos CRIS - Fiocruz: Informe sobre Saúde Global e Diplomacia da Saúde: número 22/2022: 8 a 21 de novembro de 2022

Abstract

Nesta quinzena rivalizaram nas atenções no cenário global a ecopolítica da Cop27 e a fubolítica da Copa do Mundo. Uma COP27 ‘meio cheia-meio vazia’ chegou a acordo histórico sobre ‘perdas e danos’ que beneficiariam países em desenvolvimentos que pagam o pato das fartas causas das mudanças climáticas dos países desenvolvidos ao longo de décadas, mas deixa detalhes vitais, como quem paga a conta, para o ano que vem, na COP28 dos Emirados Árabes Unidos, ou até na COP30, de 2025, que Lula reivindica que seja realizada no Brasil. Contudo, foi muito insuficiente no tocante aos cortes nas emissões de CO2 e sua mitigação, cujas propostas foram pífias. Esta fragilidade seria decorrente dos interesses do Egito e de todos os países vizinhos em proteger a indústria de combustíveis fósseis. Lamentável, pois de nada adiantará apoiar os países mais pobres na mitigação das perdas e danos, sem atacar a causa, que são as imensas emissões de gases de efeito estufa.