Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53543
NÃO TEM JEITO. VOCÊS VÃO PRECISAR OUVIR. VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL: CONSTRUÇÃO DO TERMO, SEU ENFRENTAMENTO E MUDANÇAS NA ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA (1970-2015)
Movimento de Mulheres
Humanização do Parto
Gênero
História da Saúde
Women's Movement
Humanization of Childbirth
Gender
Health History
Souza, Larissa Velasquez de | Data do documento:
2022
Autor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
A trajetória histórica da Violência Obstétrica, no Brasil, se constitui como centro dessa investigação na qual se buscou compreender a construção do termo e das práticas associadas a ele. A análise se desenvolveu sob referenciais teóricos como a história das ciências e da saúde, a antropologia e a história oral, utilizando fontes como legislação, dossiês e entrevistas, e ampla bibliografia sobre o tema. Iniciada na década de 1980, no âmbito da tematização da violência contra a mulher, a contestação de práticas obstétricas foi ancorada nos Direitos Humanos, sexuais e reprodutivos, processo no qual destaca-se os movimentos de mulheres, em debates sobre temas como corpo, individualidade e autonomia, além da ciência feminista e da Medicina Baseada em Evidência. O impacto desses questionamentos no cenário brasileiro marcado por altas taxas de mortalidade materna, e de ações consideradas como “maus tratos”, em um processo de mudança ampliado através do Movimento de Humanização do Parto, ocorreu a partir da década de 1990. A incorporação do termo Violência Obstétrica, inspirada na legislação de países LatinoAmericanos, ocorreu no século XXI, diante do alto número de cesáreas e outras práticas desaconselhadas, inclusive pela OMS, o que gerou resistência de alguns profissionais, embates entre categorias, e entre essas e os movimentos sociais, em um campo de disputa constante, amplificado pelas mídias sociais. No enfrentamento à questão, além da garantia dos direitos já conquistados, somou-se a necessidade de problematização de questões estruturais que incidem sobre à assistência obstétrica, como o preconceito de gênero, o racismo e a desigualdade social
Resumo em Inglês
The historical trajectory of Obstetric Violence in Brazil constitutes the core of this investigation in which we sought to understand. The analysis was developed under theoretical frameworks such as the History of Science and Health, Anthropology and Oral History, based on empirical sources such as legislation, dossiers and interviews, and an extensive desk review. Initiated in the 1980s, within the scope of violence against women subject, the contestation of obstetric practices was anchored in human, sexual and reproductive rights, a process in which women's movements stand out in debates on topics such asthe body, individuality and autonomy, in addition to feminist science and Evidence-Based Medicine. The impact of these questions in the Brazilian scenario, marked by high rates of maternal mortality, and actions considered as "mistreatment", occurred from the 1990s in a change process expanded through the Movement for the Humanization of Childbirth. The use of Obstetric Violence term, inspired by the legislation of Latin American countries, occurred in the 21st century, given the high number of cesarean sections and other WHO not recommended practices. This has generated resistance from some professionals, clashes between categories, and between these and the social movements, in a field of constant dispute, amplified by social media. In this context, in additionto guaranteeing the rights already conquered, there was also the need to problematize structural issues that affect obstetric care, such as gender prejudice, racism and social inequality
Palavras-chave
Violência ObstétricaMovimento de Mulheres
Humanização do Parto
Gênero
História da Saúde
Palavras-chave em inglês
Obstetric ViolenceWomen's Movement
Humanization of Childbirth
Gender
Health History
Compartilhar