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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53178
ESTUDO DA EXPOSIÇÃO PÓS-NATAL AO FILTRO SOLAR OCTIL METOXI CINAMATO E SEUS EFEITOS SOBRE O SISTEMA NEURO-IMUNE-ENDÓCRINO DE ROEDORES
Glândula Tireoideefeitos dos fármacos
Desenvolvimento Infantilefeitos dos fármacos
Recém-Nascidoimunologia
Garcia, Esdras Barbosa | Data do documento:
2019
Autor(es)
Orientador
Coorientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
INTRODUÇÃO: A radiação ultravioleta (UV) pode gerar vários efeitos nocivos à saúde humana, dentre eles danos no DNA, catarata, melanoma, dentre outras malignidades. Em função desses efeitos existe a necessidade de proteger a saúde da população dos raios UV utilizando-se de cosméticos que atuem como filtros contra essa radiação. O octil metoxi cinamato (OMC) é um deles. Diversos estudos têm apontado o OMC como potencial desregulador da tireoide, além da sua presença em fluidos biológicos como o leite materno humano, sangue e urina. Em humanos, alterações na função tireoidiana durante períodos críticos do desenvolvimento podem gerar comprometimentos como hiperatividade, problemas motores e déficit de memória e aprendizagem. OBJETIVO: O presente trabalho visa avaliar se a exposição ao OMC no período lactacional é capaz de induzir a desregulação tireoidiana e alterações neurocomportamentais em ratos, bem como, a desregulação tireoidiana e do sistema imune em camundongos. METODOLOGIA: Foram utilizados ratos Wistar e camundongos Swiss de ambos os sexos. As gestantes foram acompanhadas do dia gestacional 0 ao 22. Os ratos filhotes foram divididos nos 3 grupos de exposição no dia pós-natal 1 (PN): óleo de milho, PTU (4mg/Kg/dia) ou OMC (500 mg/Kg/dia) e receberam diariamente uma dose de OMC 500 mg/kg/dia ou dos controles. No PN23 o sangue foi coletado de metade dos filhotes para dosagem de T4, análise bioquímica e hematológica e a outra metade seguiu durante a pré-puberdade para serem submetidos a testes comportamentais Os camundongos Swiss filhotes e as mães foram divididos em 5 grupos de exposição no dia pós-natal 1: óleo de milho, PTU (4mg/Kg/dia), OMC (1.000 mg/Kg/dia) e apenas as lactantes (mães) receberam diariamente uma das doses de OMC ou dos controles. No PN23, o sangue foi coletado de todos os filhotes para dosagem de T4, contagem de leucócitos totais e contagem diferencial no sangue periférico. O baço, timo e os linfonodos inguinais foram pesados. Também, foi realizado o ensaio de citotoxicidade e de proliferação celular do OMC no baço de camundongos Swiss. E realizado o ensaio com baço de camundongos Swiss. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A exposição dos ratos ao OMC durante o período lactacional reduziu 20% do T4 total, atrasou a abertura de olhos de 93,5% da prole e reduziu o ganho de peso corporal. A análise hematológica evidenciou uma redução em 27% do número de plaquetas e 36% do número de glóbulos brancos apenas nas fêmeas. Nos testes comportamentais foi observada uma alteração na deambulação apenas dos machos sem alteração na neofilia no teste do campo vazado. O labirinto aquático de Morris revelou alteração no aprendizado dos ratos de ambos os sexos. A exposição dos camundongos ao OMC via leite materno reduziu 19% do T4 total, gerou atraso na abertura de olhos dos expostos na dose de 1.000 mg/Kg/dia. Além disso, o filtro solar gerou uma redução no ganho de peso dos roedores de ambos os sexos na maior dose. Essa mesma dose gerou aumento no peso relativo do baço. No ensaio de atividade mitocondrial com MTT, as concentrações de 10, 100 e 200 µg/mL e no ensaio de proliferação celular com CFSE (carboxifluoresceína succinimidil éster) as concentrações de 10 e 100 µg/mL reduziram a proliferação de células do baço de camundongos expostos ao OMC No ensaio com CFSE, a suplementação com T4 a 10-5 M aos animais expostos ao OMC restabeleceu a proliferação celular. CONCLUSÃO: O filtro solar OMC causou várias alterações no desenvolvimento, sistema imune, parâmetros hematológicos, comportamento e proliferação celular e ao que tudo indica sugere-se que grande parte dessas alterações pode ser atribuída a desregulação tireoideana induzida por essa substância. Tais alterações servem de alerta para o uso de OMC em infantes expostos em períodos críticos do desenvolvimento
DeCS
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