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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52895
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O PERFIL DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE ZIKA CONGÊNITA E AS IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Introdução: O ano de 2015 foi marcado pela epidemia de zika no Brasil que culminou com o surgimento de uma nova demanda de atenção aos serviços de saúde - crianças com Síndrome da Zika Congênita (SZC). Essa síndrome está associada à microcefalia além de outras manifestações neurológicas, auditivas, oculares, motoras, entre outras. Não há tratamento específico, mas ações de suporte para o desenvolvimento da criança de acordo com suas complicações (BRASIL, 2016). Objetivo: Caracterizar o perfil clínico das crianças com SZC atendidas em uma enfermaria de doenças infecciosas pediátricas de um Hospital de referência no Rio de Janeiro. Método: Estudo descritivo exploratório, retrospectivo e quantitativo. Os dados foram coletados de junho/2017 a abril/2018 a partir dos registros de um livro baseado no Instrumento de Classificação de Pacientes Pediátricos (ICPP) das crianças internadas com SZC. O ICPP é composto por três áreas de domínio para avaliação: família, paciente e procedimentos terapêuticos. Nesse estudo, de modo a traçar um perfil clínico dessa clientela, foi analisado apenas o domínio "Paciente" que é composto pela avaliação dos indicadores: atividades, oxigenação, mobilidade e deambulação, alimentação e hidratação, eliminações e higiene (DINI e GUIRARDELLO, 2014). O estudo foi aprovado pelo CEP (CAAE nº 87400318.0.0000.5269). Resultados: Durante o período de coleta de dados foram realizadas 41 internações de 17 pacientes com SZC e suas reinternações, perfazendo um total de 797 dias de internação nos quais foram avaliados diariamente através do ICPP. No indicador "atividades", 100% dos pacientes demonstraram desinteresse a estímulos por dor, tristeza, raiva, agitação psicomotora ou apatia; dificuldade de linguagem; deficiência visual ou déficit no desenvolvimento. Com relação à "oxigenação", houve a necessidade de tecnologia de suporte respiratório em 69% dos dias de internação. Com relação a "mobilidade e deambulação", 65,2% dos dias de internação estudados os pacientes eram restritos ao leito. No indicador "alimentação e hidratação", 92,3% dos pacientes dependiam de alimentação através de sondas ou tinham alimentação por VO com paciente não colaborativo ou com risco de aspiração. Referente às "eliminações", a maioria dos pacientes faziam uso de fraldas. Em "higiene", 77,9% dos casos foi necessário a realização de banho no leito. Discussão: As crianças com SZC, em situação de internação hospitalar, em sua maioria, são crianças que necessitam de cuidados semi-intensivos e, portanto, necessitam de uma maior disponibilidade e cuidado especializado da equipe de enfermagem e seus familiares. A alta demanda de cuidados e necessidade de suporte tecnológico apresentada nos quesitos avaliados os enquadra no grupo de Crianças com Necessidades Especiais de Saúde (CRIANES) (CABRAL, 1999). A questão da educação e treinamento dos familiares para o cuidado domiciliar é uma tarefa importante de atuação da equipe de enfermagem na internação dessas crianças. Considerações finais e Recomendações/contribuições para a enfermagem: Determinar o perfil clínico e a complexidade de cuidados das crianças com SZC trouxe subsídios para o planejamento e avaliação das atividades de enfermagem além de contribuir para a capacitação dos profissionais no cuidado a essa clientela. Dessa maneira, é possível o atendimento com qualidade e segurança.
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