Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52531
AVALIAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE DOS VÍRUS INFLUENZA A, CIRCULANTES NO BRASIL, AOS ANTIVIRAIS
Sousa, Thiago das Chagas | Date Issued:
2021
Author
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Infecções pelo vírus influenza A (FluAV) têm grande importância para a saúde pública mundial, principalmente pelos subtipos A(H1N1)pdm09 e o A(H3N2), que causam epidemias anuais e pandemias esporádicas. Além da vacinação, o uso de fármacos antivirais é essencial para o controle destes patógenos. Atualmente, a classe dos inibidores de neuraminidase (NAIs) é a mais utilizada, sendo o fármaco oseltamivir (OST) o mais relevante. Mais recentemente, o fármaco baloxavir marboxil (BXM), da classe de inibidores de polimerase, foi licenciado em alguns países. Porém, devido à constante evolução dos genomas dos FluAVs, mutações nos genes que codificam as proteínas alvos dos antivirais podem levar à resistência ao tratamento. Este fenômeno foi previamente observado para a classe dos fármacos adamantanos, com disseminação de cepas com o marcador S31N no gene M2. Sendo assim, a vigilância de cepas carreando mutações associadas à redução da susceptibilidade (RS) aos NAIs deve ser realizada regularmente. Com relação ao BXM, também já foram relatadas mutações associadas à RS no gene da polimerase ácida (PA). Desta forma, esse estudo tem o objetivo de avaliar os FluAVs circulantes no Brasil, no período de 2017 a 2020, com relação a sua susceptibilidade aos principais antivirais, através de metodologias de sequenciamento genético e análises funcionais dos isolados virais com o OST. Para tal, foram analisadas 1020 amostras positivas para FluAV, oriundas de 9 estados do Brasil. Destas, 699 foram positivas para A(H1N1)pdm09 e 321 para A(H3N2). Analisamos 65,9% das amostras de A(H1N1)pdmp09 através de triagem do alvo mais frequente (H275Y na NA), por pirossequenciamento, detectando-se uma amostra com esta substituição Em seguida, através do sequenciamento completo dos genes alvo dos fármacos (NA, PA e M2), geramos 390 sequências do gene NA, 209 do gene M2 e 182 do gene PA. Assim, detectaram-se as seguintes substituições associadas à RS ao antivirais no gene NA: I222V (n=6), V149A (n=3), N329K (n=1), Q136k (n=1), Y155H (n=1) e Y155H/V149A (n=4). No gene M2, detectamos a alteração S31N (n=208) e, no gene PA, observamos a substituição E199D (n=1). Adicionalmente, foram obtidas sequências genéticas de FluAVs no banco de sequências GISAID, oriundas de 14 estados do Brasil. Destas, 323 sequências eram do gene NA, 248 do gene M2 e 245 do gene PA. Nestas, foram detectados os seguintes marcadores: Y155H (n=3), S247N (n=1), V149A (n=1) e V149A (n=15), na NA. Todas as sequências de M2 apresentavam o marcador S31N. Paralelamente, foram realizadas análises funcionais de susceptibilidade ao OST, em 314 isolados virais, sendo 231 A(H1N1)pdm09 e 83 de A(H3N2). Observou-se que todos os isolados apresentavam perfil normal de susceptibilidade ao OST. Desta forma, conclui-se que a frequência de cepas de FluAV estudadas, carreando mutações associadas à RS aos NAIs e BXM ainda é baixa (<1%) nas amostras circulantes no Brasil e que tais vírus, em sua maioria, continuam apresentando o marcador de resistência aos adamantanos. Esses dados podem auxiliar condutas clínicas e políticas públicas de compra, estocagem e licenciamento de fármacos contra influenza no Brasil
Abstract
Influenza A virus (FluAV) infections are of great importance to public health worldwide, mainly due to the A(H1N1)pdm09 and A(H3N2) subtypes, which cause annual epidemics and sporadic pandemics. Besides vaccination, the use of antiviral drugs is essential for the control of these pathogens. Currently, the class of neuraminidase inhibitors (NAIs) is the most used, with the drug oseltamivir (OST) being the most relevant. More recently, the drug baloxavir marboxil (BXM), from the polymerase inhibitor class, has been licensed in some countries. However, due to the constant evolution of the FluAV genomes, mutations in the genes that encode antiviral target proteins can lead to resistance to the treatment. This phenomenon had previously been observed for the adamantanes drug class, with the emergence and dissemination of strains with the S31N marker in the M2 gene. Therefore, surveillance of strains carrying mutations associated with reduced susceptibility (RS) to NAIs must be carried out regularly. Regarding BXM, mutations associated with RS in the acid polymerase (PA) gene have also been reported. Therefore, this study aims to evaluate the FluAVs circulating in Brazil, from 2017 to 2020, regarding their susceptibility to the main antivirals, through genetic sequencing methodologies and functional analysis of viral isolates with OST. To this end, 1020 FluAV positive samples, from 9 states in Brazil, were analyzed. From them, 699 were A(H1N1)pdm09 and 321 A(H3N2). Of these, 65.9% of the A(H1N1)pdmp09 samples were submitted to screening for the target most frequently associated with RS (H275Y in NA), by pyrosequencing, which detected a sample with this substitution Then, the complete sequencing of the drugs' target genes was performed, generating 390 sequences of the NA gene, 209 of the M2 gene, and 182 of the PA gene. Thus, the following substitutions associated with RS to antivirals were detected in NA: I222V (n=6), V149A (n=3), N329K (n=1), Q136k (n=1), Y155H (n=1) and Y155H /V149A (n=4). In the M2 gene, we detected the substitution S31N (n=208) and, in PA gene, the following E199D (n=1). Additionally, we analyzed FluAV genetic sequences downloaded from the GISAID sequence bank from 14 Brazilian states. Whose, 321 sequences were from the NA gene, 248 from the M2 gene, and 245 from the PA gene. In these, the following markers were detected: Y155H (n=3), S247N (n=1), V149A (n=1) and V149A (n=15), in the NA. All M2 sequences had the S31N substitution. In parallel, functional analysis of susceptibility to OST were carried out in 314 viral isolates, 231 A(H1N1)pdm09 and 83 A(H3N2). It was observed that all isolates had a normal profile of susceptibility to OST. Thus, it is concluded that the frequency of studied FluAV strains, in circulating samples in Brazil, carrying mutations associated with RS to NAIs and BXM is still low (<1%) and that such viruses, for the most part, continue to present the marker of resistance to adamantanes. These data can help clinical conduct and public policies for the purchase, storage, and licensing of drugs against influenza in Brazil
Share