A relação entre o processo de urbanização em São Luís–MA e as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Abstract

O processo de urbanização é sempre uma via de mão dupla. Embora produza melhoras significativas em muitos aspectos da vida, pode acarretar diversos problemas, inclusive a existência de múltiplas doenças. Nesse sentido, o presente estudo objetiva compreender a relação entre a prevalência de patologias transmitidas pelo Aedes aegypti e o processo de urbanização do município de São Luís, Maranhão, diagnosticando a prevalência da dengue, da zika vírus e da chikungunya em seus distritos sanitários, no período de 2007 a 2017, além de suas relações com as condições de saúde da população. Metodologicamente, o estudo realizado tem caráter observacional, descritivo, retrospectivo, baseado na análise dos dados registrados pelo Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN), fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de São Luís. No período de 2007 a 2017, foram notificados, no município de São Luís, 25.124 casos de Dengue. Em 2011, houve um aumento da prevalência com a notificação de 5.378 casos, correspondendo a cerca de 53% do Estado, provavelmente pela presença de novos sorotipos circulantes no Maranhão, tais como: DENV-1; DENV-2 E DENV-4, levando a 14 óbitos. Em 2015 ocorreram as primeiras notificações da zika vírus e da chikungunya, com pico epidêmico em 2016. Em todos os distritos sanitários havia as três arboviroses, com maior concentração no Bequimão, com 6239 casos de Dengue e, no período de 2015 a 2017, 864 casos da zika vírus e 407 de chikungunya. A partir da análise dos dados, conclui-se que a prevalência das doenças causadas pelo Aedes aegypti apresenta, nas três arboviroses, variação endêmica relacionada ao adensamento populacional e às condições sanitárias locais, características presentes no distrito sanitário que apresentou maior concentração das arboviroses.