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ANÁLISE DE FATORES PROGNÓSTICOS PARA EVENTOS ADVERSOS EM PACIENTES COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA TRATADOS COM TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS NO RIO DE JANEIRO ENTRE 2008 E 2014 – UM ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVO
Precursor Cell Lymphoblastic Leukemia-Lymphoma
Transplantation, Homologous
Hematopoietic Stem Cell Transplantation
Bone Marrow Transplantation
Prognosis
Survival Analysis
Risk Factors
Cohort Studies
Transplantation
Leucemia-Linfoma Linfoblástico de Células Precursoras
Transplante Homólogo
Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas
Transplante de Medula Óssea
Prognóstico
Análise de Sobrevida
Fatores de Risco
Estudos de Coortes
Transplante
Arcuri, Leonardo Javier | Data do documento:
2015
Título alternativo
Analysis of prognostic factors for adverse events in patients with Acute lymphoblastic leukemia treated with allogeneic transplantation of hematopoietic stem cells in Rio de Janeiro between 2008 and 2014 – One retrospective cohort studyAutor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
INTRODUÇÃO: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma das principais indicações de transplante
alogênico de medula óssea. Há poucos dados nacionais descrevendo resultados na população brasileira.
OBJETIVO: Os objetivos foram analisar fatores de risco para óbito, recaída de LLA, doença do enxerto
contra hospedeiro pós-transplante e reativação de citomegalovirus (CMV) pós-tranpslante.
METODOLOGIA: É um estudo retrospectivo, unicêntrico, que analisou pacientes com LLA tratados com
transplante de medula óssea entre 2008 e 2014. As análises para sobrevida global foram feitas por modelo de
Cox, e as análises de DECH e recaída, considerando os riscos competitivos. A análise de fatores de risco para
reativação de CMV foi feita por modelo de Cox considerando riscos competitivos e dados correlacionados
(eventos múltiplos). RESULTADOS: Foram incluídos 82 pacientes. A idade mediana foi de 13 anos (71%
eram menores de 18 anos), e 76% dos pacientes eram do sexo masculino. Com tempo mediano de
acompanhamento de 3 anos, houve 40 (49%) óbitos (sendo 19 em remissão), 24 (29%) recaídas, 42 (51%)
DECHa graus II-IV e 32 (39%) DECHc. Os fatores de risco para óbito identificados pelo modelo múltiplo
foram: status de doença pré-transplante intermediário (HR=4,9; IC95 1,7-13,9, p<0,01) e avançado (HR=5,0;
IC95 1,5-16,0, p<0,01), fonte de células-tronco de sangue periférico mobilizado (HR=2,8; IC95 1,1-6,7,
p=0,03) e, nos primeiros 180 dias, cor não-branca (HR=5,7; IC95 1,2-14,1, p<0,001). Em transplantes
aparentados, a dose de TBI>10Gy, a despeito de uma mortalidade inicial maior (HR=4,1; IC95 1,0-12,
p=0,06), teve um resultado melhor após 6 meses (HR=0,2; IC95 0,01-2,1, interação positiva, p=0,01),
levando a uma maior sobrevida global em 3 anos (66% contra 43%). Os fatores de risco identificados para
DECHa graus II-IV foram todos associados à doença de base: status avançado (HR=3,4; IC95 1,1-10,8,
p=0,04) e Ph+ (HR=2,4; IC95 1,0-5,7, p=0,04). Para DECHc, DECH aguda prévia (HR=9,0; IC95 2,4-33,5,
p=0,001) e doadora do sexo feminino (HR=2,9; IC95 1,3-6,6, p<0,01). Houve ainda 77 reativações de CMV
em 42 (51%) pacientes. Não houve aumento de risco para nova reativação após a primeira. Os seguintes
fatores de risco se associaram a qualquer episódio de reativação de CMV: uso de sangue de cordão umbilical
e placentário (HR=2,47, IC95 1,10 – 5,56, p=0,03), Doença do enxerto contra hospedeiro graus II-IV
(HR=1,76, IC95 1,02 – 3,04, p=0,04), transplante não aparentado (HR=2,86, IC95 1,33 – 6,15, p=0,007) e
idade > 35 anos (HR=2,61, IC95 1,08 – 6,28, p=0,03). O modelo até o primeiro evento não identificou os
seguintes fatores de risco: fonte sangue de cordão (HR=1,42; IC95 0,57 – 3,53, p=0,45) e DECHa (HR=1,89;
IC95 0,95 – 3,75, p=0,07). CONCLUSÃO: Em transplantes aparentados, doses de TBI ≤ 10Gy devem ser
evitadas pois os resultados a longo prazo são piores. A fonte de células-tronco preferencial deve ser medula
óssea. O perfil de fatores de risco para DECHa levanta a possibilidade de um efeito iatrogênico, relacionado
ao manejo da imunossupressão no pós-transplante. Na nossa população, a cor não-branca se relacionou com a
mortalidade precoce, mostrando que a avaliação da rede de suporte extrahospitalar deve fazer parte da
avaliação pré-transplante. A reativação de CMV se correlacionou com variáveis que, na literatura, estão
associadas a maior imunossupressão ou a recuperação imunológica deficiente. O modelo de Cox
considerando riscos competitivos e eventos múltiplos se ajustou bem aos dados e se mostrou adequado para
este tipo de análise.
Resumo em Inglês
INTRODUCTION: Acute lymphoblastic leukemia (ALL) is a leading allogeneic bone marrow
transplantation indication. There are few national data describing results in Brazilian population.
OBJECTIVE: To analyze risk factors for death, relapse of ALL, graft versus host and post-transplant
cytomegalovirus reactivation (CMV) post-tranpslant. METHODS: This is a retrospective single-center study
which included patients with ALL treated with bone marrow transplantation between 2008 and 2014. Overall
survival was analyzed by Cox proportional hazards model. For GVHD and relapse, competing risks were
considered. The analysis of risk factors for reactivation of CMV was made by Cox model considering
competitive risks and correlated data (multiple events). RESULTS: We included 82 patients. The median age
was 13 years (71% were under 18 years), and 76% of patients were male. With median follow-up time of 3
years, there were 40 (49%) deaths (including 19 in remission), 24 (29%) relapses, 42 (51%) GVHD grades
II-IV and 32 (39%) chronic GVHD. Risk factors for death identified by the multivariate model were: pretransplant CIBMTR disease status intermediate (HR = 4.9, 95 1.7 to 13.9, p <0.01) and advanced (HR = 5.0;
IC95 from 1.5 to 16.0, p <0.01), mobilized peripheral blood stem cells source (HR = 2.8, 95 from 1.1 to 6.7,
p = 0.03) and, in the first 180 days, non-white color (HR = 5.7, 95 1.2 to 14.1, p <0.001). In sibling
transplants, TBI dose higher than 10 Gy, despite an initial higher mortality (HR = 4.1, 95 1.0 to 12, p = 0.06),
had a better outcome after 6 months (HR = 0.2, 95 0.01 to 2.1, positive interaction, p = 0.01), leading to
greater overall survival at 3 years (66% vs. 43%). Risk factors identified for GVHD grades II-IV were all
associated to underlying disease factors: advanced status (HR = 3.4, 95 1.1 to 10.8, p = 0.04) and Ph + (HR =
2, 4; IC95 1.0-5.7, p = 0.04). For chronic GVHD, prior acute GVHD (HR = 9.0, 95 2.4 to 33.5, p = 0.001)
and female donor (HR = 2.9, 95 1.3 to 6.6, p <0.01). There were also 77 CMV reactivation in 42 (51%)
patients. Prior reactivation conferred no increased risk for subsequent reactivations. The following risk
factors were associated with any episode of reactivation of CMV: use of umbilical cord blood (HR = 2.47, 95
1.10 to 5.56, p = 0.03), graft versus host disease grades III-IV (HR = 1.76, 95 1.02 - 3.04, p = 0.04), unrelated
donor (HR = 2.86, 95 1.33 - 6.15, p = 0.007 ), and age> 35 years (HR = 2.61, 95 1.08 - 6.28, p = 0.03). The
model until the first event have not identified the following risk factors: cord blood (HR = 1.42, 95 0.57 to
3.53, p = 0.45) and GVHD (HR = 1.89; 95 0.95 - 3.75, p = 0.07). CONCLUSION: In sibling transplants,
doses of 10 Gy TBI ≤ should be avoided because long term results are worse. The preferred source of stem
cells should be bone marrow. The profile of risk factors for GVHD raises the possibility of an iatrogenic
effect, related post transplant immunosuppression handling. In our population, early mortality was higher in
non-white, showing that assessment of extrahospitalar support network should be a part of pre transplant
evaluation. Reactivation of CMV was correlated with variables classically associated to increased
immunosuppression or impaired immune recovery. Cox model considering competing risks and multiple
events adjusted well to the data and proved suitable for this type of analysis.
Palavras-chave em inglês
HumansPrecursor Cell Lymphoblastic Leukemia-Lymphoma
Transplantation, Homologous
Hematopoietic Stem Cell Transplantation
Bone Marrow Transplantation
Prognosis
Survival Analysis
Risk Factors
Cohort Studies
Transplantation
DeCS
HumanosLeucemia-Linfoma Linfoblástico de Células Precursoras
Transplante Homólogo
Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas
Transplante de Medula Óssea
Prognóstico
Análise de Sobrevida
Fatores de Risco
Estudos de Coortes
Transplante
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