Formação-ação em saúde, ambiente e trabalho: uma estratégia para a implementação da Política Nacional de Saúde Integral das populações do campo, da floresta e das águas

Abstract

As populações do Campo, da Floresta e das Águas são historicamente negligenciadas pelo poder público, por este motivo os movimentos sociais constroem pautas de reivindicação para solicitar aos governos o acesso aos seus direitos e as políticas públicas. O objetivo geral dessa pesquisa foi analisar e sistematizar o processo de formação-ação que dialogam com a Política Nacional de Saúde Integral da Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA) no âmbito do Curso Especialização e do Curso Livre em Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho, realizado no Ceará 2017-2018, visando a promoção de territórios saudáveis e sutentáveis. Para a realização da pesquisa utilizou-se de metodologia qualitativa, com revisão bibliográfica e documental, observação participante junto aos educandos e a coordenação da especialização, na carta de avaliação final do curso, dos registros nos portfólios dos mesmos e análise dos projetos de intervenção desenvolvido pelos educandos, com destaque para os projetos que envolviam territórios rurais e ou pesqueiros, uma vez que estes territórios são os que dialogam com a PNSIPCFA. Esta pesquisa visou constatar qual metodologia é a mais adequada para a formação de profissionais de saúde que precisam ter um olhar para essas populações focado na equidade, no modo de produzir e reproduzir a vida nos territórios e voltado para a construção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis (TSS), e como consegue contribuir para a implementação da PNSIPCFA. Estes objetivos só foram alcançados uma vez que o projeto pedagógico do curso teve uma intencionalidade pedagógica e uma metodologia que a cada etapa dialogou com os conteúdos com o trabalho dos educandos no território, potencializando assim a atuação deste no território e construindo uma concretude no conteúdo ministrado. Foram desenvolvidos 21 (vinte e um) projetos de intervenção, destes 7 (sete) em territórios do campo, 1 (um) em território pesqueiro, já os demais 13 (treze) em áreas urbanas de Fortaleza e ou região metropolitana. Uma outra observação pertinente foi o potencial de disseminação da metodologia e conteúdo da formação junto as comunidades. A confluência dessas ações estimuladas pelo processo de formação juntamente com o proposto na PNSIPCFA e a na construção de TSS e em outras políticas públicas possibilitam garantir as condições e qualidade de vida e produção no campo, na floresta e nas águas.