Terapia comunitária integrativa: implantação na atenção básica no município de Volta Redonda, RJ

Abstract

A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é uma prática coletiva de atenção à saúde, criada pelo Prof. Dr. Adalberto de Paula Barreto, da Universidade Federal do Ceará em 1987, no Pirambú, bairro de periferia do município de Fortaleza-CE. O psiquiatra e antropólogo cearense apresenta esta abordagem como proposta para lidar com o sofrimento humano a partir dos recursos e competências das pessoas, comunidades e redes. Desde então, esta técnica ganhou visibilidade nacional e internacional, reconhecimento em políticas públicas municipais, estaduais e federais. O objetivo deste estudo, de natureza exploratório-descritivo-analítico, foi descrever e analisar o processo de implantação da TCI em um município do Rio de Janeiro, Volta Redonda. Foi utilizada a metodologia qualitativa por meio de revisão bibliográfica, análise documental, entrevista semi-estruturada e observação das Rodas de TCI, aplicados no período de setembro a novembro de 2019. Na Consulta aos documentos da Secretaria Municipal de Saúde disponíveis, a TCI começa a ser referenciada a partir de 2009 até seu período atual (2018 a 2021), onde passa a ser prevista no Projeto Centro de Práticas Integrativas da Secretaria Municipal de Saúde, coadunando com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs), que no ano de 2017 inseriu a TCI no rol das PICs. A observação da Rodas de TCI foi uma estratégia de proximidade ao objeto de estudo, que possibilitou o contato com o cotidiano das três rodas de TCI atualmente realizadas no município. A análise de implantação no município estudado revelou a importância do contexto político ao longo do processo de implantação desta técnica grupal no Sistema Único de Saúde; ora como facilitador da implantação, ora como barreira para manutenção de sua oferta. Apesar da mudança do contexto político ter ocasionado a diminuição da oferta de rodas de TCI, houve o reconhecimento do seu potencial na construção de redes de apoio social assim como na atenção às demandas de saúde mental, como por exemplo, a redução da medicalização.