Cinema e divulgação científica: uma análise do filme 120 batimentos por minuto

Abstract

O presente trabalho visa analisar uma produção fílmica centrada na relação participativa, portanto, engajada da comunidade afetada pelo vírus HIV, na França, em meados da década de 90. Compreende-se que o cinema, como arte, desperta multifacetadas sensações nos sujeitos que dele se apropriam. O que se traz ao corpo deste é uma leitura balizada de como o diretor valorizou determinadas nuances e gradações históricas pelas quais as imagens sejam capazes de acionar, reter, exprimir e, também, historicizar marcadores sociais. Ou seja, aquilo que este trabalho pretende apresentar é a relação inerente aos sujeitos atravessados por um saber, que antecede a descoberta de drogas de eficácia científica e o envolvimento da indústria farmacêutica com as relações políticas, atrelando à expertise leiga, fundamental importância na promoção de mudanças sociais, e sendo alicerce a disseminação dos avanços científicos à comunidade envolvida e/ou atingida por tal ou qual epidemia. Desde a origem do ativismo para o tratamento, nos anos de 1980, até a participação comunitária em protocolos clínicos de prevenção, na atualidade, lições vêm sendo aprendidas com a participação comunitária em todo o processo de pesquisa de novas formas de prevenção e tratamento, a verdadeira parceria com a comunidade pode ser estabelecida na busca de expandir opções para a prevenção e novos tratamentos para o HIV. A colaboração com a comunidade e outros grupos interessados no processo de pesquisa auxilia a desenvolver confiança e garantir que as prioridades de pesquisa sejam responsivas às necessidades comunitárias e que a comunidade esteja plenamente ciente das atividades de pesquisa planejadas e em andamento.