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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46791
FARMACOGENÉTICA DA HIDROXIURÉIA EM CRIANÇAS COM ANEMIA FALCIFORME
Yahouedehou, Setondji Cocou Modeste Alexandre | Date Issued:
2020
Advisor
Co-advisor
Comittee Member
Affilliation
Universidade Federal da Bahia. Salvador, BA, Brasil / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Bahia, Brasil.
Abstract in Portuguese
udo buscou investigar a farmacogenética da HU em crianças com AF. MÉTODO: inicialmente, foi realizada a revisão de literatura para identificar os prováveis fatores genéticos que podem influenciar na resposta à HU, com foco nos polimorfismos em genes de enzimas metabolizadores de drogas (EMD) e proteínas transportadoras de solutos. Além disso, foram realizados dois tipos de estudo, um longitudinal e outro transversal. O estudo longitudinal envolveu 22 crianças com AF e as amostras foram coletadas antes de iniciar o tratamento com HU e durante o tratamento. O estudo de corte transversal envolveu uma casuística composta por 90 crianças com AF em uso ou não de HU. As amostras foram utilizadas para as determinações laboratoriais e a investigação dos polimorfismos em genes de EMD bem como da α-talassemia e dos haplótipos ligados ao grupo de genes da globina βS. RESULTADOS: inicialmente, a revisão de literatura resultou na identificação de vários polimorfismos em genes relacionados à expressão da HbF (HBG2, BCL11A, HMIP, OR51B5/6, MAP3K5, FLT1, KLF10), bem como ao metabolismo de drogas e proteínas transportadoras (CYP450, CAT, SLC), os quais estão associados a variabilidade na resposta à HU. Além disso, foi possível propor o modelo de metabolismo diferencial da HU, que em conjunto com os dois modelos (modelo de níveis basais de HbF diferencial e modelo de suscetibilidade diferencial), já descritos na literatura, poderiam explicar a variabilidade interindividual na resposta à HU. A análise dos parâmetros laboratoriais antes e durante o tratamento pela HU demonstrou a associação da HU com o aumento da HbF em algumas crianças bem como o aumento da glicose, HDL-C, proteína total e albumina e, redução da AST. Além disso, os alelos variantes 1934A, -21T, -262T e A dos polimorfismos CYP2D6 1934G>A, CAT -21A>T, CAT -262C>T e SLC14A1 G>A rs2298720, respectivamente, estiveram associados ao aumento dos efeitos da HU. CONCLUSÃO: o presente estudo demonstra a importância de se avaliar o perfil metabólico durante a terapia com a HU, além dos parâmetros clássicos investigados, visto que o medicamento parece possuir amplo espectro de ação. Os resultados de associação entre os polimorfismos em genes de EMD e proteínas transportadoras de solutos corroboram o modelo proposto (modelo de metabolismo diferencial da HU) e demonstram a necessidade de se identificar genes candidatos envolvidos no metabolismo da HU.
Abstract
INTRODUCTION: hydroxyurea (HU) is the treatment of choice for individuals with sickle cell anemia (SCA) who have a severe clinical profile. Approved in 1998 by the FDA, HU is known to increase fetal hemoglobin (HbF) concentrations and reduce polymerization of variant hemoglobin S (HbS), with improvement in the clinical profile, as well as some laboratory parameters. However, despite these benefits, there is variation in response to treatment, from non-improvement to toxicity. OBJECTIVE: the present study aimed to investigate the pharmacogenetics of HU in children with SCA. METHOD: first, we performed a literature review for identifying the candidate genetic factors, which may influence HU response, focusing on polymorphisms in genes encoding enzymes metabolizing drugs (EMD) and solute carriers. In addition, we performed 02 types of study: longitudinal and cross-sectional. The longitudinal study involved 22 children with SCA, whose blood samples were collected before and during HU use. The cross-sectional study involved 90 children with SCA with or without HU use. Blood samples collected were used for laboratory determinations and investigation of polymorphisms in genes encoding EMD, α-talassemia and βS haplotypes. RESULTS: the literature review resulted in the identification of several polymorphisms in genes related to HbF expression (HBG2, BCL11A, HMIP, OR51B5/6, MAP3K5, FLT1, KLF10), as well as drug metabolism and solute carriers (CYP450, CAT, SLC), which are associated with variations in HU response. Furthermore, we proposed the differential HU metabolism model, which together with the two models (differential baseline HbF model and differential susceptibility model), previously described in the literature, could explain the inter-individual variability in HU response. The laboratory parameters analysis, before and during HU treatment, demonstrated the association of HU with increase in HbF in a fraction of the children as well as increases in glucose, HDL-C, protein and albumin and, reduction in AST. In addition, variants alleles 1934A, -21T, -262T and A of polymorphisms CYP2D6 1934G>A, CAT -21A>T, CAT -262C>T and SLC14A1 G>A rs2298720, respectively, were associated with increase in HU effects. CONCLUSION: the present study demonstrates the importance of evaluate metabolic profile during the HU therapy, in addition to classical parameters investigated, since the drug seems possess large spectra of action. Moreover, the results of the association between the polymorphisms in genes encoding DME and solute carriers corroborate our model (differential HU metabolism model) and demonstrate the necessity to identify genes candidates involved in HU metabolism.
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