A formação pelo trabalho para o cuidado em saúde das agentes comunitárias em saúde do município de Itajaí (Santa Catarina)

Abstract

O trabalho na Atenção Primária em Saúde (APS), no Sistema Único de Saúde (SUS), é composto por complexidades e sutilizas das ações de cuidado presentes no cotidiano e atravessado pelo modo de vida dos territórios em que estão inseridos os trabalhadores e trabalhadoras. A trabalhadora Agente Comunitário de Saúde (ACS) é reconhecida como potente produtor de cuidado nestas relações e coopera para a construção de um modo ampliado de APS por meio da inovação das práticas de saúde em perspectivas coletivas e da conexão com o território e das necessidades de saúde. Elencamos como objetivo geral deste trabalho: analisar a relação do processo formativo dos Agentes Comunitários em Saúde e o cuidado em saúde das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) matriciadas pelas equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) no município de Itajaí (SC). Como objetivos específicos: identificar a concepção de cuidado em saúde dos Agentes Comunitárias de Saúde das eESF matriciadas pela equipe NASF do município de Itajaí; descrever o processo de trabalho dos Agentes Comunitárias de Saúde das eESF matriciadas pela equipe eNASF do município de Itajaí; analisar os sentidos do processo formativo em relação as suas práticas para os Agentes Comunitárias de Saúde das ESF matriciadas pela equipe NASF do município de Itajaí. Trata-se de um estudo de caso de enfoque qualitativo. Foram utilizados para coleta de dados entrevistas semiestruturadas, observação participante e análise documental e a triangulação foi escolhida como método para análise dos dados. Foram entrevistadas 15 ACS inseridas em equipes de ESF de dois bairros do município de Itajaí (SC) que possuem matriciamento das equipes NASF. Duas categorias de análise foram evidenciadas: os sentidos da formação pelo trabalho para as ACS e o trabalho das ACS como cuidado em saúde. Observou-se o reconhecimento do aprendizado pelo trabalho como dado pelo cotidiano, o favorecimento de atividades de formação no modelo de capacitação. Evidencia-se a essencialidade do trabalho em saúde como produtor de autonomia nos territórios e a importância de espaços coletivos de aprendizagem pelo trabalho e no trabalho que possam construir ser produtores de fazeres críticos-reflexivos contrário a alienação e fragmentação deste saber entre as equipes na APS.