Análise de materiais educativos desenvolvidos em campanhas oficiais sobre gravidez na adolescência no Brasil: implicações para a prática e a educação em saúde

Abstract

A gravidez na adolescência é um relevante problema de saúde pública na América Latina, região que registra alguns dos maiores índices do mundo. Entre as diversas estratégias para a prevenção da gravidez precoce, as campanhas educativas promovidas por órgãos do setor de saúde têm sido uma das principais ações visando mitigar o problema. O presente estudo objetivou analisar materiais sobre a gravidez na adolescência produzidos por órgãos governamentais brasileiros. Para tanto, utilizou uma matriz analítica previamente desenvolvida e validada para avaliação de materiais a fim de identificar aspectos positivos e negativos de adequação do material à audiência, com foco em parâmetros relacionados à intencionalidade do material, sua forma e mídia usadas, seu conteúdo e sua linguagem adotados para identificar aspectos positivos e negativos de adequação do material à audiência. Os resultados mostraram que apesar do esforço de adequar forma e linguagem dos materiais à realidade da audiência, a escolha por mídias tradicionais e a pouca articulação com as diferentes mídias presentes no cotidiano dos adolescentes limitam o alcance desses materiais e sua função de promover hábitos de saúde reprodutiva mais saudáveis. Busca-se contribuir, com o presente estudo, para uma reformulação das estratégias de educação e comunicação, elaboradas pelos órgãos públicos do setor saúde e voltadas à prevenção da gravidez na adolescência, como elemento-chave para a promoção de uma saúde reprodutiva mais adequada às necessidades e à realidade do grupo em questão.