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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38353
A VULNERABILIDADE DOS USUÁRIOS DE CRACK NO ESTADO DE PERNAMBUCO: UM ESTUDO SOBRE CULTURA DE USO
Author
Affilliation
Centro Universitário UniFavip. Caruaru, PE, Brasil / Centro Universitário UniFBV. Recife, PE, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Universidade Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Universidade Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil.
Abstract in Portuguese
O consumo do crack no Brasil é um fenômeno de rápida expansão, principalmente entre a população de maior vulnerabilidade social. Estudiosos apontam para o aumento do uso da droga como um sintoma de dinâmicas sociais mais profundas de alienação, racismo e marginalização social. Compreender a cultura de uso do crack é fundamental para o desenvolvimento de ações efetivas no cuidado aos usuários. Considerando a relação entre vulnerabilidade e uso prejudicial de drogas, este estudo objetivou compreender a cultura de uso do crack no estado de Pernambuco, tendo como recorte central a marginalização social. O estudo foi desenvolvido por meio de uma abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 39 pessoas (homens, mulheres e travestis), maiores de 18 anos, que faziam uso de crack regularmente e eram atendidas pelo Programa Atitude, o qual compõe a Política Estadual de Assistência Social e objetiva responder à situação de vulnerabilidade social de usuários de drogas e seus familiares, sendo referência no cuidado aos usuários de crack e outras drogas em Pernambuco. Os dados foram analisados com base na técnica de análise de conteúdo de Bardin, sendo utilizado o software NVivo 10.0. Os resultados foram distribuídos em quatro eixos temáticos: 1. Formas de uso: há uma preferência pelo uso solitário da pedra. 2. Ambientes de uso: são escolhidos espaços escondidos ou privados onde não possam ser vistos. O ambiente de uso é descrito como insalubre e conflituoso. 3. Regras de convivência: foram mencionadas regras de convivência que são importantes para minimizar situações conflituosas. Não honrar dívidas com o traficante, roubar ou usar o crack nos arredores do ambiente de compra, resulta em punições. 4. Estigma do usuário: a internalização do estigma é identificada nos relatos que trazem nas suas falas a concepção de que usuário de crack não é digno de viver em sociedade. Os achados deste estudo são importantes para que políticas públicas locais sejam pensadas e organizadas de maneira condizente com a realidade vivida por essas pessoas. As experiências destes usuários podem produzir ressonância para profissionais que atuam nessa área, no sentido de garantir a estes um cuidado adequado para suas demandas.
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