Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38237
Tipo de documento
Trabalhos apresentados em eventosDireito Autoral
Acesso aberto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
05 Igualdade de gênero16 Paz, Justiça e Instituições Eficazes
Coleções
Metadata
Mostrar registro completo
CASOS DE FAMÍLIA: ANÁLISE DA ABORDAGEM DE FEMINICÍDIO ÍNTIMO NO JORNALISMO POPULAR
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Esta pesquisa discute a violência contra a mulher, que atinge seu grau mais profundo e de extrema preocupação nas diversas esferas sociais, tendo como objeto de estudo, feminicídios íntimos, sob a ótica das notícias veiculadas em um jornal popular de Goiás. Analisar notícias sobre assassinatos e tentativas a mulheres, cujos autores eram parceiros, ou ex-parceiros íntimos das vítimas, caracterizando, seus perfis através da análise do discurso social da produção dessas notícias jornalísticas. Entre março de 2015 (mês que a Lei do Feminicídio entrou em vigor) a junho de 2016, foram encontradas 121 veiculações se enquadram como feminicídios íntimos e tentativas de feminicídio. Para analisar como estes fatos eram relatados pelo veículo de comunicação, realizou-se a análise do discurso crítica (FAIRCLOUGH, 2003) e análise do discurso das mídias (CHARAUDEAU, 2015), alicerçadas por estudos multidisciplinares baseados especialmente na saúde coletiva, sociologia, comunicação e, teorias feministas. A partir das análises foi constatado que o jornal não categoriza o feminicídio íntimo como tal, mas o representa como crime passional. Foi possível traçar um perfil das vítimas, autores, o que falam as fontes jornalísticas. A análise contribui para a compreensão de como as fontes e a mídia auxiliam na perpetração da “dominação masculina” (BOURDIEU, 2002), através de um discurso que legitima – ou naturaliza - o feminicídio íntimo, não o reconhecendo como um crime de gênero, bem como fortalecendo estereótipos dos atores sociais envolvidos. O jornalismo popular contribui para a perpetuação do discurso de dominação e que, ainda se prefere configurar tais fatos como crimes passionais ou como atos isolados desse fenômeno histórico. Destacamos que mesmo com erros relativos à cobertura dos casos, o jornalismo possui uma função social imprescindível. Através das notícias é possível conhecer dados e relatos de casos muitas vezes ocultados pelos números oficiais.
Compartilhar