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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37084
PRODUÇÃO DE VACINA CONTRA FEBRE AMARELA POR LABORATÓRIO OFICIALDURANTE EPIDEMIA: SITUAÇÃO CRÍTICA DO ESTOQUE E ESTRATÉGIA PARACUMPRIMENTO DA DEMANDA
Costa, Beatriz Guerreiro Basilio | Data do documento:
2019
Título alternativo
Yellow fever vaccine production by official laboratory during epidemic: critical stock situation and strategy for demand fulfillmentAutor(es)
Membros da banca
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Tecnologia em Fármacos. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
A febre amarela é causada por um vírus, cuja transmissão ocorre pela picadade mosquitos Haemagogus, Sabethes ou Aedes em macacos (ciclo silvestre) ou demosquitos Aedes em humanos (ciclo urbano). Essa doença é endêmica nas áreas defloresta tropical da África e das Américas Central e do Sul, com epidemias recorrentesem ambos continentes. Devido à indisponibilidade de tratamento antiviral para a febreamarela, os esforços se concentram em medidas preventivas, como controle do vetore imunização através da vacina 17D. No Brasil, até a metade desta década, avacinação era recomendada somente nas áreas endêmicas. Porém, no final de 2016o país se deparou com o aumento do número de casos confirmados fora das áreasde recomendação vacinal, o que levou o governo brasileiro a ampliar o número demunicípios com obrigatoriedade da vacina. Na tentativa de contenção da maiorepidemia de febre amarela do país, foi solicitado o aumento na demanda de doses davacina contra febre amarela à Bio-Manguinhos, um dos seis produtores mundiais, eúnico produtor nacional da vacina. Este trabalho analisou o histórico epidemiológicoda febre amarela no Brasil, mostrando que a epidemia recente atingiu dimensões semprecedentes. Os elevados números de casos tanto em humanos quanto epizootiasjustificam a preocupação das autoridades sanitárias. Compilando o número de dosesde vacinas produzidas por Bio-Manguinhos e destinadas ao Programa Nacional deImunizações (PNI) nas últimas duas décadas, verificou-se que, em 2017, a instituiçãorealizou a segunda maior entrega de todo período analisado, em virtude da epidemia. O número de doses entregues da vacina 17DD quadruplicou em comparação ao ano anterior, correspondendo à praticamente metade do quantitativo total de doses de vacinas entregues ao Ministério da Saúde. Posto que as demandas do PNI e dos órgãos internacionais ainda são maiores do que a capacidade produtiva da vacina contra febre amarela em Bio-Manguinhos, o laboratório oficial estabeleceu, em 2017, uma estratégia de parceria com a empresa farmacêutica Libbs, contratada como Contract Manufacturing Organization (CMO). Este contrato está sendo implementado em etapas, e se refere ao processamento final da vacina contra febre amarela (o IFA continua sendo produzido por Bio-Manguinhos). Essa transferência de tecnologia para a indústria privada deve incrementar a produção da vacina 17DD buscando atender plenamente as demandas do Ministério da Saúde (MS) e das agências das Nações Unidas - Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Resumo em Inglês
Yellow fever is caused by a virus, that is transmitted by the bite of Haemagogus, Sabethes or Aedes mosquitoes on monkeys (wild cycle) or Aedes mosquitoes in humans (urban cycle). This disease is endemic in tropical rainforest areas of Central and South America and Africa, with recurrent outbreaks in both continents. Due to the unavailability of antiviral treatment for yellow fever, the efforts are focused on preventive measures such as vector control and immunization with the 17D vaccine. In Brazil, until the middle of this decade, vaccination was recommended only in endemic areas. However, by the end of 2016 the country faced an increase in the number of confirmed cases outside the vaccine recommendation areas, inducing the brazilian government to increase the number of cities were vaccination is mandatory. In an attempt to stop the country's largest yellow fever outbreak, a bigger demand of yellow fever vaccine doses was requested from Bio-Manguinhos, one of the six yellow fever vaccine producers worldwide and the only national producer. This study analyzed
the epidemiological history of yellow fever in Brazil, showing that the recent outbreak reached unprecedented dimensions. The high number of cases in both humans and epizootics justify the health authorities concern. When compiling the number of doses of vaccines produced by Bio-Manguinhos and destined to the PNI in the last two decades, it was verified that, in 2017, the institution had the second biggest delivery of all the analyzed period, due to the outbreak. There was a four-fold increase in the number of 17DD vaccine doses delivered when compared to the previous year, corresponding to almost half of the total amount of vaccine doses delivered to the Ministry of Health. Since the demand of the National Immunization Program (PNI) and international agencies are still greater than the productive capacity of the vaccine against yellow fever in Bio-Manguinhos, the official laboratory established, in 2017, a strategy of partnership with the pharmaceutical company Libbs, as Contract Manufacturing Organization (CMO). This contract is being implemented in stages, and refers to the final processing of the vaccine against yellow fever (Bio-Manguinhos keeps the bulk production in its own area). This technology transfer to private industry
must increase the production of the 17DD vaccine in a way that brazilian Ministry of Health (MoH) and United Nations agencies - Pan-American Health Organization (PAHO) and United Nations Children's Fund (UNICEF) - demands will be completely attended.
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