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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35275
COMPARAÇÃO DOS ASPECTOS HISTOLÓGICOS DE DUAS ESPÉCIES DE PLANORBÍDEOS BIOMPHALARIA GLABRATA SAY, 1818 E B. TENAGOPLHILA D'ORBIGNY, 1835 FRENTE À INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR ANGIOSTRONGYLUS COSTARICENSIS MORERA & CÉSPEDES, 1971
Souza, Iolanda Deolinda de | Data do documento:
2014
Autor(es)
Orientador
Membros da banca
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
O Angiostrongylus costaricensis é um metastrongilídeo responsável por um processo inflamatório agudo intestinal denominado angiostrongilíase abdominal, que afeta o homem. Este é considerado hospedeiro acidental, pois não elimina larvas nas fezes o que dificulta o diagnóstico parasitológico. Lesmas da família Veronicellidae são descritas como principais hospedeiros naturais do A. costaricensis, e já foram utilizadas no ciclo experimental. Entretanto, devido à dificuldade de procriação em laboratório, tem-se utilizado caramujos Biomphalaria glabrata na manutenção de ciclos experimentais. Além dessa espécie, outros moluscos também se mostraram suscetíveis à infecção. Este trabalho teve por objetivo estudar alterações histopatológicas decorrentes do desenvolvimento do A. costaricensis em diferentes populações de B. glabrata e B. tenagophila e ainda comparar alguns aspectos epidemiológicos como mortalidade e eliminação larvária a fim de compreender como o A. costaricensis consegue burlar diferentes respostas imunes e completar seu desenvolvimento. Para tal, foram utilizados duas populações de B. glabrata: de Ressaca e de Barreiro de Cima e duas populações de B. tenagophila: de Itamaraju e Jacarepaguá. Os moluscos foram expostos individualmente a 1200 L1. Para o estudo histológico, os animais foram mortos após 1, 5, 15, 25, 35 e 45 dias de infecção (5 animais/tempo de infecção) As partes moles foram fixadas em formalina Millonig de Carson, incluídas em parafina e coradas em HE, PAS, Alcian Blue pH 1.0 e 2.5, Reticulina de Gomori, Tricrômica de Masson e Von Kossa. Durante o experimento foi anotada a mortalidade excluindo-se os animais usados no estudo hispatológico. Os animais sobreviventes após 45 dias de infecção foram mortos e submetidos à digestão artificial em solução aquosa de pepsina a 0,038% pH 1.5 a 37oC para obtenção de L3 pelo método de Baermann. Os resultados obtidos neste estudo confirmaram a existência de duas vias migratórias utilizadas pelas larvas que são dependentes do sítio de penetração: via tegumentar (preferencial) com desenvolvimento dos parasitos na mufla e pé, e via oral com desenvolvimento larvar em vários tecidos. O modelo B. tenagophila de Jacarepaguá exibiu uma resposta inflamatória mais rápida com formação de granulomas aos cinco dias x de infecção. O infiltrado inflamatório em torno das larvas evoluiu para granulomas exsudativos produtivos sem causar morte dos parasitos. As populações de B. tenagophila estudadas apresentaram rendimento larvário médio de 54,5% e taxa de mortalidade em torno de 30%. B. glabrata de Barreiro de Cima apresentou maior taxa de mortalidade e menor rendimento larvário. Concluímos que as variações encontradas entre as espécies e populações estudadas são provavelmente devido às características genéticas e, entre os moluscos estudados B. glabrata de Ressaca apresentou maior potencial para manutenção do ciclo experimental considerando o rendimento larvário e a menor taxa de mortalidade.
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