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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34961
AVALIAÇÃO DO INTERFERON-GAMA NO DIAGNÓSTICO E NO MONITORAMENTO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE LATENTE
Takenami, Iukary Oliveira | Date Issued:
2011
Author
Advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.
Abstract in Portuguese
A identificação e o tratamento dos indivíduos com tuberculose latente (TBL), ou seja, infectados, são medidas essenciais para o controle e eliminação da TB. Entretanto, os recursos disponíveis para o diagnóstico da TBL no Brasil são falhos, o que dificulta a identificação e o tratamento precoce. A fim de eliminar as atuais limitações dos testes empregados, novos testes têm sido desenvolvidos, a exemplos do ensaios de liberação de interferon-gama (IGRAs). A introdução dos IGRAs para uso de rotina em países de alta prevalência tem sido questionada. Principalmente, devido ao grande número de resultados discordantes gerado entre os testes diagnósticos: IGRA e o teste tuberculínico (TT). O Objetivo do estudo foi analisar os fatores associados com a discordância entre o resultados dos testes IGRA e o TT; avaliar a prática e a aderência do tratamento da TBL em uma população de alto risco; e avaliar o IGRA comercial para monitorar a resposta ao tratamento. Comunicantes domiciliares de pacientes com TB pulmonar recém diagnosticados foram submetidos a radiografia do tórax, coleta de sangue para realização do IGRA, e a um questionário específico. Os comunicantes que tiveram resultado do TT positivo, ≥ 10 mm, foram convidados a retornar ao hospital a cada mês para reposição dos comprimidos de isoniazida (H). Após um período de seis meses eles foram novamente submetidos a uma segunda coleta de sangue para a realização do IGRA. Dos 261 comunicantes satisfatoriamente testados pelo TT, 145 (55,6%) tiveram resultados positivos; dos 298 satisfatoriamente testados pelo IGRA, 127 (43,1%) tiveram resultados positivos. A concordância entre os testes foi de 0,76 (κ = 0,53, IC 95% 0,43-0,63). Sessenta e um (24%) tiveram resultados discordantes: 44 (72%) com o TT-positivo e IGRA-negativo e 17 (28%), com TT-negativo e IGRA-positivo. Comparado com o grupo TT-negativo e IGRA-negativo, os grupos TT-positivo e IGRA-negativo e o grupo TT-positivo e IGRA-positivo foram significativamente mais propensos a ter uma radiografia de tórax apresentando nódulo calcificado (OR = 6,8, IC 95% 1,3-35,0; OR = 7,4, IC 95% 2,2-24,4, respectivamente). O grupo TT-negativo e IGRA-positivo foi exposto ao paciente índice por mais tempo do que o grupo TT-negativo e IGRA-negativo (OR = 7,2, IC 95% 1,7-29,3). Dos 101 comunicantes que iniciaram o tratamento para TBL, 54 (53,5%)completaram o esquema de 6 meses. O risco de não conclusão do tratamento foi significativamente maior nos comunicantes que relataram efeitos colaterais para H (RR 2,69, IC 95% 1,3-5,8, P = 0,01), e os que necessitavam ingressar em duas rotas de ônibus para uma viagem de ida ao hospital (RR 1,8, IC 95% 1,01-3,3, P = 0,04). Dos 26 comunicantes que retornaram para uma segunda coleta de sangue, 25 (96%) apresentaram nível de IFN-γ superior ao seu nível antes do tratamento (P ≤ 0,001). Apenas uma pessoa teve uma diminuição do nível de IFN-γ após o tratamento, mas manteve-se positivo para TBL. Em um cenário de alta transmissão, o nível de IFN-γ aumentou após o tratamento da TBL. Os grupos TT-positivo e IGRA-negativo e TT-positivo e IGRA-positivo compartilham características mais semelhantes entre si do que com o grupo TT-negativo e IGRA-negativo. Em uma configuração endêmica para a TB, os resultados do TT parecem ser mais adequado na decisão de tratar a TBL. Quase 50% dos comunicantes com alto risco de desenvolver TB, concluíram um curso de 6 meses de tratamento para TBL. O tratamento foi mais afetado por intolerância à medicação e pelas dificuldades para visitas de acompanhamento. Além disso, mais estudos devem ser realizados para entender se a elevação dos níveis de IFN-γ é passageira.
Abstract
The identification and treatment of individuals with latent tuberculosis infection (LTBI) are essential to control and eliminate I B. However, the resources available for the diagnosis of LTBI in Brazil are flawed, which complicates the identification and early treatment. In order to overcome the current limitations of the tests used, new tests have been developed. An example of a new test is called interfcron-gamma release assays (IGRAs). The introduction of IGRAs for routine use in high prevalence countries has been questioned. Mainly due to the large number of discordant results generated from diagnostic tests: tuberculin skin test (TST) and 1GRA. The objective of this study was to analyze factors associated with discordance between TST and 1GRA results; to examine the practice of and adherence to LTBI treatment in a high-risk population and to evaluate the commercial 1GRA to monitor response to treatment. Household contacts of patients recently diagnosed as pulmonary TB were submitted to chest radiography, blood collection for the achievement of 1GRA and a specific questionnaire. Contacts who had a positive TST result, > 10 mm, were asked to return to the hospital once a month for 6 months for follow-up visits and isoniazid (H) refills. After a period of six months these individuals were subjected to a second blood sample to carry out the IGRA. Of 261 household contacts satisfactorily tested by TST, 145 (55.6%) had positive TST results; of 298 satisfactorily tested by IGRA, 127 (43.1%) had positive results. The test agreement was 0.76 (k - 0.53, 95%C1 0.43- 0.63). Sixty-one (24%) were discordant: 44 (72%) with TST-positive and IGRA-negative and 17 (28%) with TST-ncgativc and lGRA-positive results. Compared to the TST-negative and IGRA- negative group, the TST-positivc and IGRA-negative and TST-positive and IGRA-positivc groups were significantly more likely to have a chest X-ray showing old lung scars (OR = 6.8, 95%CI 1.3-35.0; OR - 7.4, 95%CI 2.2-24.4, respectively). The TST-negative and IGRA- positive group was exposed to their index cases for significantly longer than the TST-negative and IGRA-negative group (OR = 7.2, 95%C1 1.7 29.3). Of 101 household contacts who initiated LTBI treatment, 54 (53.5%) completed the 6-month regimen. The risk of treatment noncompletion was significantly higher in household contacts who reported side effects to H (RR 2.69, 95%CI 1.3-5.8, P - 0.01), and in those who had to take two buses for a one-way trip to the hospital (RR 1.8, 95%CI 1.01-3.3, P - 0.04). Of the 26 study participants, 25 (96%) showed an IFN-g level higher than their baseline level before treatment (P < 0.001). Only one individual had a decreased IFN-g level after treatment but remained positive for LTBI. In a high- transmission setting, the IFN-g level has increased after LTBI treatment. The TST-positive and IGRA-negative and TST-positive and lGRA-positive groups shared more similar characteristics with each other than with the TST-negative and IGRA-positive group. In a setting endemic for
I B, TST results appear to be more suitable in the decision to treat latent TB infection. Nearly 50% of household contacts at high risk for developing TB completed a 6-month course of LTBI treatment. Completion of LTBI treatment was most affected by medication intolerance and commuting difficulties for follow-up visits. In addition, more studies are needed to understand whether the increased level of IFN-y is transient.
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