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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34847
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DissertaçãoDireito Autoral
Acesso aberto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
03 Saúde e Bem-EstarColeções
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INVESTIGAÇÃO SOBRE O PAPEL DOS ANTÍGENOS PARASITÁRIOS NA PATOGENIA DA MIOCARDITE CRÔNICA, EM CAMUNDONGOS INFECTADOS PELO TRYPANOSOMA CRUZI: A IMPORTÂNCIA DAS CÉLULAS DENDRÍTICAS INTERSTICIAIS DO MIOCÁRDIO
Chagas disease
Chronic myocarditis
Dendritic interstitial cells
Antigens
Humans
Portella, Renata Siqueira | Data do documento:
2006
Autor(es)
Orientador
Afiliação
Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina. Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.
Resumo
A doença de Chagas, evolui em diferentes fases: aguda, com sintomas gerais e comprometimento cardíaco devido ao parasitismo pelo T. cruzi, das miocélulas cardíacas e sua rotura o que determina intensa miocardite, pela presença dos parasitos e por mecanismos imunes. Após a fase aguda, os pacientes passam a uma forma indeterminada com escassos parasitos e lesões miocárdicas focais e discretas. Os pacientes na forma indeterminada, em 40 por cento dos casos, evoluem para uma forma crônica cardíaca. Nesta forma, os parasitos são raros nas miocélulas cardíacas, porém uma miocardite crônica difusa e fibrosante se instala, evoluindo para a insuficiência cardíaca e o óbito. A patogenia das lesões cardíacas é controvertida, sendo atribuída ao parasito o papel de estimular a resposta imune ou a um mecanismo de autoimunidade. No presente trabalho,utilizando-se o modelo do camundongo, procura-se investigar o papel dos antígenos parasitários na manutenção das lesões da fase crônica da infecção pelo T. cruzi, pela pesquisa de parasitos e de antígenos parasitários em focos inflamatórios ou pela demonstração de antígenos seqüestrados e expressos na membrana de células dendríticas intersticiais do miocárdio (CDls), pela marcação in situ, por métodos imunohistoquimicos, utilizando anticorpo anti-T.cruzi. Em camundongos cronicamente infectados, tratados com quimioterápico específico, as lesões histopatológicas regridem, permanecendo, entretanto um processo inflamatório residual. Foi desenvolvida uma investigação, com o objetivo de esclarecer, em camundongos cronicamente infectados, tratados e não tratados com o Benzonidàzol, a presença de parasitos ou de seus antígenos, em focos de destruição de miocélulas parasitadas ou capturadas por CDls, e a sua relação com a persistência de infiltrados inflamatórios residuais no coração. Foram utilizados camundongos Suíços infectados com a cepa Colombiana (resistentes ao Benzonidazol) ou com um clone da 21SF (susceptível) tratados na fase crônica a partir de 90 e 120 dias de infecção durante 90 dias. O inóculo para ambos os Grupos experimentais foi de 104 formas saguícolas do T. cruzi por via intraperitoneal. Os camundongos tratados foram sacrificados 150 ou 200 dias após o tratamento, juntamente com os controles não tratados. Foram realizados os testes de cura (parasitemia, subinoculação em camundongos recém-nascidos, hemocultura, sorologia). Secções de coração e de músculo esquelético foram fixadas e processadas para estudo histopatológico em secções coradas pela Hematoxilina e Eosina ou pelo método do Picro-Sirius para colágeno e para imunohistoquímica com anticorpos anti-T. cruzi e anti-MAC. Os resultados mostraram na infecção crônica pela cepa Colombiana lesões inflamatórias, moderadas a intensas, com necrose de miocélulas cardíacas e infiltrados mononucleares e fibrose intersticial difusa e focal. Nos tratados, houve regressão parcial das lesões permanecendo infiltrados inflamatórios residuais que variaram de discretos a moderadas e sinais de regressão da fibrose. Na infecção crônica pelo clone 21SF C3 havia miocardite crônica difusa discreta ou moderada na maioria dos casos. Nos tratados, houve decréscimo das lesões inflamatórias, com sinais de regressão da fibrose. Testes imunohistoquimicos com anticorpos anti- T.cruzi revelaram detritos parasitários positivos em focos inflamatórios. As CDls do miocárdio apresentaram em todos os casos, marcação positiva para antígeno do T. cruzi, comprovando o papel das células apresentadoras de antígenos na manutenção das lesões na fase crônica da infecção.
Resumo em Inglês
Chagas’disease evolves through different phases; an acute phase, with systemic symptoms and cardiac involvement, due to Trypanosoma cruzi invasion of myocardiocytes and their rupture, which result in intense myocarditis, amplified by immune mechanisms. Following the acute phase, patients enter into an indeterminate form of the disease, when parasites are scarce and myocarditis becomes mild and focal; about 40% of patients progress to a diffuse chronic myocarditis, with fibrosis and few parasites, cardiac failure and death. The pathogenesis of cardiac lesions is disputed, especially regarding the role of the parasite and its antigens as opposed to auto-immunity. In the present study the importance of parasite antigens in maintaining the cardiac lesions during chronic infection with T. cruzi is investigated using the mice model. Search of parasites or parasite antigens within inflammatory foci, as well as the demonstration of antigens captured by interstitial dendritic cells of the heart (IDCs) and expressed at their membrane as revealed by in situ antigen immunolabeling were performed by using anti-7, cruzi antibodies. In chronically infected mice, treated with specific chemotherapy, a regression of the histopathological lesions was observed, although a residual inflammatory infiltrate remained. An investigation was made in chronically infected mice, either treated or not with Benznidazole, with the aim at clarifying whether the inflammatory infiltrates were related to the presence of parasites or to their antigens, either in the tissues or at the IDCs membrane. Chronically infected Swiss mice, either with the Colombian strain (resistant to Benznidazole) or with the clone 21 SF 03 (susceptible) were used. They were treated during the chronic phase (90 to 120 days of infection), for 90 days. Inocula for both groups were of 10“ blood forms of 7. cruzi, intraperitoneally injected. Treated mice were killed 150 or 200 days post-treatment, together with non-treated controls. Parasitemia, sub-inoculation into new-born mice, hemoculture, and serology were performed for cure tests. Fragments ofthe heart and skeletal muscles were fixed and processed for histopathological studies. The sections were stained with Hematoxilin and Eosin, Picro-Sirius-red method for collagen, and for immunohistochemistry with anti-7 cruzi and anti-MAC antibodies. Results revéaled that Colombian-stráin chronically infected mice presented inflammatory lesions varying from moderate to intense, with necrosis of cardiac myocells, mononuclear cells infiltration and diffuse and focal interstitial fibrosis. Treated mice showed partial regression of the inflammatory lesions, with the presence of focal or diffuse residual infiltrates, varying from mild to moderate, besides regression of fibrosis. Mild to moderate chronic diffuse myocarditis was present in most cases of the mice infected with the clone 21SF C3. Treated mice exhibited subsiding inflammatory lesions. Inflammatory lesions were residual and fibrosis showed signals of regression. Immunohistochemical tests with anti-7, cruzi antibodies revealed positively stained parasite debris inside the inflammatory foci. The IDCs of the heart presented in all cases positive immunolabeling for 7. cruzi antigens, confirming the participation of antigen presenting cells in the maintenance of chronic phase lesions of Chagas’ disease.
Palavras-chave em inglês
Trypanosoma cruziChagas disease
Chronic myocarditis
Dendritic interstitial cells
Antigens
Humans
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