As pequenas bailarinas do baby class: a construção do feminino através do balé

Abstract

A dança sempre esteve presente na humanidade. Na sua forma mais antiga as danças sagradas foram vivenciadas em diversos rituais. O balé surge mais recentemente permeado de fantasia, romance e misticismo, influenciando a estética do corpo do bailarino e a construção do imaginário da figura da bailarina. O corpo torna-se então um lugar central da dança, seja pelo estudo e análise do movimento, pela beleza da dança ou pelo ideal de leveza e beleza que ele representa. Este texto apresenta um breve histórico do surgimento da dança e do balé, com a finalidade de analisar a construção do corpo da bailarina e os estereótipos característicos dessa figura, desde a primeira fase do ensino do balé infantil, o baby class. Assim foi possível compreender que apesar da evolução no que diz respeito às questões de gênero, o balé ainda é uma arte caracterizada como feminina e que ainda se encontra impregnada de estereótipos para ambos os sexos. Como se trata de uma discussão extensa, o presente estudo se deteve a investigar bibliograficamente o reforço do estereótipo da figura da bailarina no gênero feminino no ensino do baby class, escolha justificada pela ausência de meninos nas aulas da dança clássica nessa faixa etária. Diante dessa situação é possível compreender que embora exista um progresso nas discussões de gênero, ainda é visível o preconceito de meninos que dancem balé. O que demonstra o conservadorismo existente e como os estereótipos ainda são reforçados e naturalizados, ajudando então na manutenção do pensamento conservador. Fazendo-se necessário, portanto uma reflexão dos profissionais dessa área, bailarinos, maîtres, coreógrafos e principalmente dos professores de baby class.