Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34086
Tipo de documento
DissertaçãoDireito Autoral
Acesso aberto
Coleções
Metadata
Mostrar registro completo
O PROCESSO CRIATIVO DOS DESENHISTAS DE HUMOR À LUZ DAS TREZE CATEGORIAS COGNITIVAS DE ROBERT ROOT-BERNSTEIN & MICHELE ROOT-BERNSTEIN
Magalhães, Sergio Amarante de Almeida | Data do documento:
2019
Autor(es)
Orientador
Membros da banca
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
A criatividade e os processos criativos são atividades humanas muito discutidas na atualidade, em diversos campos do conhecimento. Entretanto, os processos criativos de desenhistas de humor (cartunistas, chargistas, caricaturistas) não têm sido muito explorados nas pesquisas. Neste estudo investigamos estes processos, comparando-os com as treze categorias cognitivas promotoras da criatividade de Robert Root-Bernstein & Michele Root-Bernstein, referenciais teóricos adotados pela disciplina de Ciência e Arte do Instituto Oswaldo Cruz, para a construção de novos conhecimentos. A questão formulada foi \201Co desenvolvimento dos processos criativos dos desenhistas de humor se identifica com esses referenciais\201D? Procuramos responder essa questão por meio desta pesquisa num caráter teórico-empírico, exploratório e descritivo, com a opção metodológica qualitativa. Esta escolha se baseou no fato do tema de estudo estar relacionado a fatores sociais, políticos e ideológicos da experiência cotidiana dos desenhistas de humor. Os atores sociais entrevistados foram seis desenhistas de humor, brasileiros e reconhecidos nacionalmente, que aceitaram participar voluntariamente desta pesquisa. O referencial teórico define a criatividade como uma capacidade cognitiva fundamental que tem início nas sensações, sentimentos e, principalmente, intuições, culminando nos lampejos conhecidos nas histórias das artes e das ciências. Essa elaboração se dá ao nível inconsciente e pré-consciente, e depois se concretiza em palavras, imagens, sons, em expressões artísticas, científicas e outras Quanto aos seus processos criativos, os desenhistas constatam que eles são universais, pertencendo tanto ao campo da ciência como da arte, assim como de outras atividades humanas que lidam com criatividade. Os humoristas entrevistados definiram criatividade de forma heterogênea. Nos discursos apresentados houve concordância, entre alguns, a respeito de o ato de criar ser corriqueiro, se tratando de uma tarefa cotidiana e ter relação com novidade. Reconheceram a existência do insight, assim como a importância da influência do ambiente familiar no desenvolvimento da capacidade criativa. Podemos afirmar que algumas das treze ferramentas foram mais citadas do que outras. São elas: (1) observar, (2) criar e (3) formar padrões, (4) sentir empatia, (5) estabelecer analogias, (6) transformar e (7) sintetizar. Houve também o entendimento de que alguns termos são compreendidos de forma diferente do livro \201CCentelhas de Gênios\201D de Root-Bernstein & Root-Bernstein. Sintetizar e ter empatia são dois exemplos que tiveram que ser tratados de forma diferenciada nos resultados. Concluímos que os desenhistas de humor usam algumas das ferramentas de pensar e concordam com parte do referencial teórico, mas que igualmente possuem outras habilidades cognitivas e conhecimentos que podem contribuir de maneira significativa para a ampliação dos conceitos ensinados e problematizados na disciplina. Outros referenciais merecem ser mais estudados e aprofundados para alinhar nossos dados empíricos.
Resumo em Inglês
Creativity and creative processes are human activities that are much discussed nowadays in various fields of knowledge. However, the creative processes of humor designers (cartoonists, caricaturists) have not been much explored in general. In this study we investigate these processes by comparing them with the thirteen cognitive categories that promote the creativity of Robert Root-Bernstein & Michele Root-Bernstein, theoretical references adopted by the discipline of Science and Art of the Oswaldo Cruz Institute, for the construction of new knowledge. The question posed was: ”does the development of the creative processes of humor designers identify with these referentials?” We have sought to answer this question through this research in a theoretical-empirical, exploratory and descriptive character, through the use of the qualitative methodological option. This choice was based on the fact that the theme of this study was related to social, political and ideological factors of humor designer’s daily experiences. The social actors interviewed were six humor designers, Brazilian and well known in our country, who agreed to voluntarily participate in this research.The theoretical framework defines creativity as a fundamental cognitive capacity that begins with sensations, feelings and, mainly, intuitions, culminating in the known epiphany flashes in the history of the arts and sciences. This elaboration occurs at the unconscious and preconscious levels, and then it is concretized in words, images, sounds, in artistic, scientific and other expressions. As regards the creative processes, they find that they are universal, belonging both to the field of science and art, as well as to other human activities that deal with creativity. The humorists interviewed defined creativity in a heterogeneous way. In the speeches presented, there was agreement, among some, on the act of creating to be ordinary, being considered a daily task and related to novelty. They recognized the existence of insight, as well as the importance of the familiar environment influence for the developing of the creative skills. We can say that some of the thirteen tools were more cited than others. They are: (1) to observe, (2) create and (3) form patterns, (4) to fell empathy, (5) to establish analogies, (6) transform, and (7) synthesize. There was also the understanding that some terms are understood differently from Root-Bernstein & Root-Bernstein's book "Sparks of Geniuses." The capacities of synthesizing and feeling empathy are two examples that had to be treated differently in the results. We came to the conclusion that the humor designers use some of the thirteen tools to think and they agree with part of the theoretical framework. But they also have other cognitive abilities and knowledges that may contribute significantly to the expansion of the concepts taught and problematized in the discipline. Other benchmarks deserve to be further studied and deepened in order to align our empirical data.
Compartilhar