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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31580
OFICINAS EM SEXUALIDADE PARA ADOLESCENTES: PARA ELES E POR ELES
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisa René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Sem afiliação.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisa René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
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Resumo
Há pouco mais de dois anos tive um encontro com a psicóloga e educadora Helena Campos, ocasião em que buscávamos estratégias para encaminhar parcerias entre as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação e de Saúde, de modo a superar as dificuldades de desenvolver em Minas Gerais as atividades integradas do PSE (Programa de Saúde na Escola) coordenado pelo MEC (Ministério da Educação). A empatia foi imediata e cedo ela retornou ao laboratório que coordeno na Fiocruz/MG, movida pelo desejo de fazer o mestrado sob minha orientação no programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, do Centro de Pesquisas René Rachou. Informei a ela que eram poucas vagas e a prova de conhecimento muito desafiadora, requerendo muitas leituras em pouco tempo. Pois ela enfrentou o desafio e deu mostras de ser uma estudiosa incansável, sobressaindo-se na prova com louvor. Vencido o ritual de passagem da seleção, iniciamos a construção do projeto e ela não se contentou com a pesquisa de campo planejada, a revisão teórica e histórica do processo educativo sobre saúde sexual e reprodutiva nas escolas do ensino básico em terras mineiras. Quis ir além e buscou novo desafio: o de desenvolver um material educativo elaborado de forma participativa com os adolescentes. A empatia que despertou em nosso primeiro encontro certamente contagiou os adolescentes que com ela desenvolveram e vivenciaram as oficinas, entremeando histórias de vida e trajetórias de mudanças despertadas pela transição criança/jovem e descoberta do amor e do desejo pelo outro, resultando em um trabalho tecido a muitas mãos, afetos e criatividade, e em uma proposta inovadora com potencial de ser multiplicado para as escolas do ensino médio e para espaços de educação não formal e mesmo ambientes terapêuticos. Concluindo, o que floresceu desse processo participativo é revelador das inquietações dos jovens e motiva novas revelações e trocas a serem partilhadas pelos pares e mediadas por educadores, encaminhando diálogos e reflexões que apontam alternativas para enfrentar os dilemas, medos, inseguranças e buscar a felicidade de encontros afetuosos, saudáveis e responsáveis, que permitam a expressão plena do prazer de experimentar, de viver e compartilhar. E como na epígrafe acima, saber ouvir, poder falar, poder trocar é um exercício fértil que permite traduzir, esclarecer, decifrar e compreender a fala oculta, o sentimento enevoado e tecer possibilidades de ser e de sentir, evocando o respeito a si e ao outro, oportunidades que os momentos das oficinas podem provocar e até transcender. E que sejam muitos os jovens e educadores que partilhem dessa oportunidade!
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