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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31074
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DissertaçãoDireito Autoral
Acesso aberto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
16 Paz, Justiça e Instituições EficazesColeções
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AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO INFANTIL BANIWA, ALTO RIO NEGRO - NOROESTE AMAZÔNICO
Santos Junior, Hernane Guimarães dos | Data do documento:
2011
Autor(es)
Orientador
Membros da banca
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Pesquisas Leônidas e Maria Deane. Manaus, AM, Brasil.
Resumo
A avaliação nutricional é considerada pela Organização Mundial de Saúde como elemento primordial para analise da saúde pública de um determinado território, ao longo das ultimas décadas a população mundial perpassa pelo processo de transição alimentar e nutricional, ocorrendo diminuição da desnutrição e aumento da obesidade. É observado para este mesmo período um processo de transição epidemiológica, tendo a diminuição das doenças infecto-contagiosas e aumentando das doenças crônicas degenerativas, no entanto para as populações indígenas no Brasil o primeiro inquérito nutricional nacional realizado em 2009, mostrou em seus resultados um alto índice de desnutrição linear e ponderal, quando comparados com a população não indígena do país. Pela falta de pesquisas mais amplas, não podemos traçar um perfil epidemiológico por etnia, por município ou por estado, levando a uma grande lacuna. Com intuito de contribuir para diminuição desta lacuna, este estudo teve por objetivo realizar
o levantamento epidemiológico do estado nutricional de crianças indígenas da etnia Baniwa do médio rio Içana, na microrregião de Tunuí, no Alto Rio Negro – Amazonas. Foram avaliadas crianças menores de 60 meses. As variáveis peso, altura, idade e sexo foram coletadas para a obtenção dos índices antropométricos (P/I, P/E, E/I e IMCI), padrão, preconizados pela OMS. Os dados foram analisados conforme as curvas de referências OMS-2006 e NCHS-1997. Os resultados obtidos indicam elevadas prevalências do déficit de peso-para-idade (P/I = 9,5% e 13,1%) e estatura-para-idade (E/I = 46,3% e 39,5%); e sobrepeso para os índice peso-para-estatura (P/E = 7,1% e 1,2%), segundo OMS-2006 e NCHS-1977, respectivamente, e ainda, para IMCI, na referência OMS-2006, 9,5% de prevalência de sobrepeso. Os dados evidenciam o alto índice de desnutrição nesta parcela do grupo Baniwa estudado, o que é congruente com outros estudos referentes à situação nutricional das populações indígenas no Brasil, que apontam (nas duas últimas décadas) índices cerca de seis vezes maior de desnutrição infantil indígena, quando comparados com índices de crianças não indígenas. O contexto apresentado nesta pesquisa indica a necessidade de atuação mais efetiva de programas de vigilância nutricional e de maior cobertura do subsistema de saúde indígena, em busca de melhoria das condições nutricionais desta população.
Resumo em Inglês
The Word Health Organization recognizes that the nutritional evaluation is an important key to analyze the health condition of certain territory. During the last decade the world population has been passing through a dietary and nutritional transition. As a result the malnutrition has been decreasing and the overweight rising. Parallel this phenomena, it is also observed an epidemiological transition which consists in the decreasing of infecto-contagious diseases and the rising of chronical and degenerative diseases. However, the first nutritional survey conducted in 2009 among the Brazilian Indigenous Population showed high malnutrition rates when compares to non-indigenous population. There is a lack of nutritional studies which does not allow to determinate the epidemiological status of each different indigenous ethnics groups, municipality or province. Therefore, the objective of the present study was to evaluate the nutritional status of Baniwa indigenous children from the Middle Içana River, located at Rio Negro River Basin, Amazonas, Brazil. This epidemiologic survey
evaluated children under 60 months old from the Middle Içana River, assisted by the
Indigenous Special Sanitary District of the Upper Rio Negro. It was collected variables
weight, height, age and sex in order to obtain the anthropometric index (W/A-weight for age, W/H-weight for height, H/A- height for age, and BMI-body mass index), as recommended by the WHO. The data was analyzed using the WHO – 2006 and the NCHS-1997 reference curves standards. The results indicated high prevalence of low weight-for-age (9.5% and 13.1%), height-for-age (46.3% and 39.5%), weight-for- height (7.1% and 1.2%), for both WHO and NCHS references. The BMI indicated moderate levels of overweight (9.5%). Therefore, the present study findings showed high rate of malnutrition among Baniwa indigenous children which are consistent with other studies that showed national malnutritional rates six times higher among Indigenous Children when compared with non-indigenous children. Thus, these results suggest that there is a need for effective health programs aimed to improve the nutritional status of the Baniwa indigenous children.
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