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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26515
IDENTIFICAÇÃO DA PRESENÇA DE CÉLULAS DE LANGERHANS E A ATIVAÇÃO DE LINFÓCITOS T NOS DIFERENTES ESTÁGIOS DAS LESÕES DO COLO UTERINO ASSOCIADA À INFECÇÃO CAUSADA PELO VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO
Carvalho, Maria Odete de Oliveira | Data do documento:
2016
Autor(es)
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
O câncer de colo uterino, quarto tipo de tumor mais frequente na população feminina em todo o mundo, está associado à infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV). Contudo, a maioria das lesões cervicais associadas ao HPV regridem espontaneamente, indicando que a infecção por si só não é suficiente para a indução da carcinogênese. O sistema imune participa do controle da infecção pelo HPV, porém ainda há muito o que ser investigado sobre os mecanismos exatos que regulam as lesões neoplásicas, e subsequente desenvolvimento do câncer. Assim, o presente estudo objetivou identificar a presença de células de Langerhans (LC, CD1a+) e ativação de linfócitos T, induzidas pela infecção pelo. O estudo incluiu 68 participantes do sexo feminino, com idade entre 18 e 50 anos. Destas, 51 apresentavam diferentes graus de neoplasia intraepitelial cervical (NIC I a III, n=17 em cada grupo) relacionadas à infecção pelo HPV, e 17 voluntárias não apresentaram lesões cervicais. A presença do HPV foi observada em 46 (90,2%) das 51 voluntárias com lesão, e no grupo controle, todas as voluntarias foram negativas Observamos um aumento na distribuição de células TCD45RA+ (naives) e TCD45RO+ (ativadas, de memória) em lesões de alto grau (NIC II e/ou NICIII) quando comparados ao grupo controle, nas regiões do epitélio e camada basal do epitélio. Em relação às LCs, nosso estudo aponta uma redução no número dessas células em lesões de baixo grau, em todas as áreas investigadas quando comparadas ao grupo controle, e de acordo com a evolução para lesões pré-malignas. Ao analisar CCL20, observamos um aumento de células expressando essa quimiocina na região do córion, conforme há aumento da gravidade das lesões. De modo inverso, observamos uma diminuição dessas células no epitélio. Em relação ao receptor de CCL20, CCR6, observamos um aumento da distribuição de células positivas na camada basal do epitélio das lesões de alto grau (NIC II e III) quando comparadas ao controle. Diante do exposto, concluímos que há redução no número de células de Langerhans na região epitelial, e que os linfócitos T migram nessa direção, em associação com os distintos graus de lesões cervicais. No entanto, esses linfócitos margeiam o local da lesão, concentrando-se no córion, indicando que o HPV possa influenciar no microambiente da lesão, alterando a expressão de quimiocinas e influenciando negativamente no recrutamento de células inflamatórias para o local de infecção.
Resumo em Inglês
Cervical cancer is the fourth most common type of cancer in the female population worldwide, associated with human papillomavirus (HPV) infection. Nevertheless, most of cervical lesions regress spontaneously, indicating that HPV infection is not sufficient for inducing carcinogenesis. Immune system has a crucial role in HPV infection control, however there is still much to be investigated about the precise mechanisms that regulate neoplastic lesions, and subsequent cancer development. Thus, the present study aimed to identify the presence of Langerhans cells (LC, CD1a+) and activated T lymphocytes, induced by HPV-infection. This study enrolled 68 women, aged from 18 to 50 years old. From these, 51 presented HPV-related cervical intraepithelial neoplasia (CIN I-III, n=17 in each group), and 17 volunteers without cervical lesion. HPV-DNA was observed in 46 (90.2%) of 51 CIN volunteers, and in all of women from control group were HPV-negatives. We observed an increase in the CD45RA+ (naives) cells and CD45RO+ (activated, memory) distribution in high-grade lesions (CIN II and/or CIN III) when compared with control group in epithelium and basal layer of epithelium In relation to LC, our study showed a reduced number of these cells in low-grade lesions in all of investigated areas when compared with control group, in according to pre-malign lesions evolution. For CCL20 analysis, we observed an increased number of these chemokine-expressing cells in stroma area, in accordance to lesions severity. On the other hand, we observed a decrease in these cells in the epithelium. In relation to CCL20 receptor, CCR6, we observed an increase in the distribution of positive cells in the basal layer of epithelium in high-grade lesions (CIN II and III) when compared with control group. Thus, we concluded that LC and T lymphocytes migrate in direction to epithelium area, where viral infection occurs, in association with the different cervical lesions degree. However, the inflammatory cells bordering the epithelial areas, focusing in stroma area, indicating that HPV can influence the lesion microenvironmental, changing negatively the inflammatory cells recruitment to the site of infection.
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