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DissertaçãoDireito Autoral
Acesso aberto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
04 Educação de qualidadeColeções
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CONHECIMENTO E PRÁTICAS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DAS MATERNIDADES PÚBLICAS DE TERESINA, PIAUÍ, NO MANEJO DA SÍFILIS NA GESTAÇÃO E CONGÊNITA
Santos, Raquel Rodrigues dos | Data do documento:
2015
Título alternativo
Knowledge and practices of health professionals of public maternity hospitals in Teresina, Piauí, in the management of syphilis in pregnancy and congenitalAutor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
A eliminação da sífilis congênita é uma prioridade de saúde pública no Brasil e no mundo, o
que fez com que a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana de
Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde (MS) brasileiro adotassem a meta de até 0,5 casos
para cada 1.000 nascidos vivos. No entanto, a cidade de Teresina apresentou uma taxa de
incidência de sífilis congênita de 7,0‰ no ano de 2014. O objetivo deste estudo é avaliar os
conhecimentos e práticas dos profissionais de saúde atuantes nas maternidades públicas de
Teresina, Piauí, sobre o manejo da sífilis na gestação e congênita, segundo os protocolos
normatizados pelo MS. Trata-se de um estudo transversal descritivo conduzido com a
população de enfermeiros, médicos obstetras e neonatologistas/pediatras atuantes nas
maternidades públicas de Teresina nos meses de fevereiro e março de 2015 (n=243), por meio
de questionários auto aplicados, tendo sido registradas 5% de perdas e 11% de recusas. Foi
utilizado o referencial teórico da avaliação normativa, elaborando-se, a partir dos protocolos
normatizados pelo MS, dois modelos lógico-operacionais (um referente à sífilis na gestação e
outro à sífilis congênita), ambos com duas dimensões (diagnóstico e tratamento) e
subdimensões (conhecimento e prática). Baseado na meta da OMS foram considerados
critérios em conformidade os que apresentaram percentual de conformidade ≥ 95%. Um
critério avaliado apresentou conformidade para todos os profissionais avaliados:
“fornecimento de orientações sobre a importância do tratamento do parceiro para evitar
reinfecção” (92,4%, IC 95%: 86,9-95,9%) e a “conversa com o parceiro” foi a dificuldade
mais importante relatada pelos profissionais na abordagem das gestantes com diagnóstico de
sífilis (23,3%, IC 95%: 17,1-30,7%). No manejo da sífilis na gestação, os obstetras revelaram
conformidade em alguns critérios referentes ao conhecimento sobre testes treponêmicos e não
treponêmicos, à prática de solicitação da sorologia para sífilis, do tratamento da sífilis de
duração ignorada e de fornecimento de orientações pós-teste, enquanto, no manejo da sífilis
congênita, os neonatologistas apresentaram conformidade em alguns conhecimentos sobre
testes treponêmicos e não treponêmicos e na prática do tratamento de recém-nascidos que
apresentam neurossífilis. Entre os enfermeiros, não foi observada conformidade com relação a
qualquer um dos critérios avaliados, com destaque para o relato de que não podem solicitar
exames (36,0%, IC 95%: 26,8-46,3%) e prescrever tratamento para a gestante (58,0%, IC
95%:47,7-67,7%) e para o recém-nascido (69,7%, IC 95%: 58,9-78,7%). Entre os
profissionais que participaram da pesquisa 23,9% (IC 95%: 18,7-29,8%) afirmaram não saber
informar sobre o horário de funcionamento da vigilância epidemiológica, 55,9% (IC95%:
49,5-62,3%) não sabiam da existência de livro ou planilha para registro dos casos de sífilis
congênita diagnosticados nas maternidades e 73,2% (IC 95%: 67,1-78,6%) relataram que a
notificação compulsória dos casos de sífilis na gestação e congênita é realizada rotineiramente
na maternidade em que trabalham. Os resultados deste estudo evidenciam uma série de
lacunas do conhecimento dos profissionais e apontam condutas que não se mostram em
conformidade com os protocolos normatizados, além de indicarem dissociação entre a
assistência e as atividades de vigilância epidemiológica. Constituem subsídio importante para
os gestores no processo de aprimoramento das práticas profissionais e da atenção oferecida,
ao facilitar a definição de prioridades, seleção de estratégias e tomada de decisão.
Resumo em Inglês
The elimination of congenital syphilis is a public health priority in Brazil and worldwide, so
that the World Health Organization (WHO), the Pan American Health Organization (PAHO)
and the Brazilian Ministry of Health (BMoH) adopted the goal of 0.5 cases per 1,000
newborns. However, the city of Teresina had an incidence rate of congenital syphilis of 7.0‰
in 2014. This study aims to evaluate knowledge and practices of health professionals who
work at public maternities from Teresina, Piauí, on syphilis management during pregnancy
and the prevention of congenital syphilis vis-à-vis the standard protocols issued by the
BMoH. This is a descriptive cross-sectional study conducted with the population of nurses,
obstetricians and neonatologists/pediatricians active in public maternities of Teresina in
February and March 2015 (n = 243). The study used self-answered evaluation forms, with 5%
of losses and 11% of refusals. The theoretical referential of normative evaluation was used,
profiting from standardized protocols by BMoH, comprising two logical operational models
(one on syphilis in pregnancy and other on congenital syphilis), both with two dimensions
(diagnosis and treatment) and sub-dimensions (knowledge and practice). Based on the WHO
goal, we defined that criteria were in accordance with the benchmarks for those presenting
conformity ≥ 95%. One criterion under evaluation presented conformity for all professionals:
“The provision of guidance on the importance of partner treatment to prevent reinfection”
(92.4%, CI 95%: 86.9-95.9%) and to “Talk with the partner” was highlighted as the most
important difficulty faced by professionals in the approach of pregnant women diagnosed
with syphilis (23.3%, CI 95%: 17.1-30.7%). In the management of syphilis in pregnancy, the
obstetricians revealed conformity on some criteria related to the knowledge of treponemal and
nontreponemal tests, on the use of serological tests for syphilis, on the treatment of syphilis of
unknown duration and on supply of post-test guidelines. The neonatologists showed
compliance on knowledge of treponemal and nontreponemal tests and practical treatment of
newborns with neurosyphilis. Among the nurses, there was no conformity in relation to any of
the evaluated criteria, especially on the report that they could not demand testing (36.0%;
95% CI: 26.8-46.3%) and to prescribe treatment for pregnant women (58.0%; 95% CI: 47.7 -
67.7%) and for the newborn (69.7%; 95% CI:58.9-78.7%). Among the professionals who
participated in the research, 23.9% (95% CI: 18.7-29.8%) said they did not know about the
hours of operation of epidemiological surveillance; 55.9% (95% CI: 49.5-62.3%) did not
know about the book or spreadsheet to record cases of congenital syphilis diagnosed in
maternities and 73.2% (95% CI: 67.1 to 78 6%) reported that the compulsory notification of
cases of syphilis in pregnancy and congenital has been regularly performed in the maternity
where they work. The study findings made evident a series of gaps and caveats compromising
health professionals’ knowledge, and some procedures and initiatives were in frank
disagreement with the currently adopted protocols. In addition, these results highlight the
dissociation between assistance and epidemiological surveillance activities. These findings
constitute an important tool for managers in their effort to improve professional practices and
care by facilitating the prioritization, selection of strategies and decision making.
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