Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/22975
Tipo de documento
DissertaçãoDireito Autoral
Acesso aberto
Coleções
Metadata
Mostrar registro completo
REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE SOBRE O TESTE DE SUOR PELA MEDIDA DA CONDUTIVIDADE NO DIAGNÓSTICO DE FIBROSE CÍSTICA: UMA ALTERNATIVA EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO?
Silveira, Déborah Aragão de Pinho | Data do documento:
2016
Autor(es)
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
A dosagem do íon cloreto no suor é o teste de referência no diagnóstico da Fibrose Cística, apesar de sua complexidade operacional, dependência do operador e fontes potenciais de erro. Embora a Fibrose Cística possua um amplo espectro de manifestações associadas às mais de 2000 mutações relacionadas à proteína CFTR, nos fluxogramas de diagnóstico, os valores do cloreto frequentemente são analisados de forma dicotômica, em indivíduos saudáveis e em pacientes com doença clássica. A busca de pacientes em risco pelos programas de triagem neonatal tem gerado um aumento progressivo de lactentes encaminhados para esclarecimento diagnóstico de FC, tornando necessária a introdução de novos testes diagnósticos para a Fibrose Cística. Por sua vez a medida da condutividade no suor, embora rápida e eficaz, ainda é considerada teste de triagem por expressar a osmolaridade dos íons presentes no suor. Objetivos: Identificar, selecionar e sintetizar a melhor evidência científica existente acerca da acurácia do teste do suor pela análise da condutividade no diagnóstico da Fibrose Cística. Método: Revisão sistemática e metanálise, com base nas diretrizes da Cochrane e no PRISMA de estudos publicados até março de 2016, com comprovada qualidade metodológica segundo o AMSTAR, STARD e QUADAS-2. Resultados: De 1377 estudos recuperados pela busca inicial apenas 18 preencheram os critérios de inclusão. A análise da qualidade excluiu 11 por não preencherem os pré-requisitos qualitativos necessários para prosseguir na avaliação das propriedades diagnósticas. Para os sete estudos, foram estimadas sensibilidade geral de 97.3%, (IC95% 90.2-99.3%, p valor < 0.001) e especificidade geral de 99% (IC95% 96.3-99.7%, p valor < 0.001). Em seguida, os 7 artigos foram agrupados segundo o ponto de corte diagnóstico adotado para a medida da condutividade. Os estudos com cutoff >90mmol/L sugerem propriedades de um teste para uso diagnóstico, com
uma sensibilidade de 96.4 % (IC95% de 84-99.3 %, p valor < 0.001) e especificidade geral estimada de 99.4% (IC95% de 93.7-100%, p valor < 0.001). Dois artigos com ponto de corte >80 mmol/L foram considerados homogêneos, apresentando sensibilidade de 98.9% (IC 95% 92.5- 99.8%) e especificidade de 97.3 % (IC 95% 92.8-99 %). Conclusão: Apesar da heterogeneidade das populações estudadas o teste do suor pela medida da condutividade tem propriedades que o caracterizam como um teste diagnóstico para a Fibrose Cística. Tal evidência merece destaque nos países que ainda não dispõe de uma retaguarda para a triagem neonatal, com ampla oferta de exames genéticos ou com um painel de mutações de cobertura populacional adequada.
Resumo em Inglês
The dosage of the chloride ion in sweat is the reference test for the
diagnosis of cystic fibrosis, despite its operational complexity, operator
dependence and potential sources of error. Although the CF has a wide range of
manifestations associated with more than 2000 mutations related to CFTR protein
in diagnostic flowcharts often the chloride values are described and analyzed in a
dichotomous way, in healthy subjects and in patients with classic disease. The
search for patients at risk for neonatal screening programs has generated a
progressive increase of infants referred for diagnosis of CF clarification. Therefore,
it is necessary to introduce new diagnostic tests for cystic fibrosis. In turn, the
measurement of conductivity in sweat, although rapid and effective, is still
considered a screening test for expressing the osmolarity of the ions present in
sweat.
Method: Systematic review and meta-analysis, based on the guidelines of
the Cochrane and PRISMA studies published up to March 2016, with proven
methodological quality according to AMSTAR, STARD and QUADAS-2.
Results: From 1377 studies retrieved by the initial search only 18 met the
inclusion criteria. The quality analysis excluded 11 that did not meet the qualitative
prerequisites necessary to continue the evaluation of diagnostic properties. For
seven studies were estimated overall sensitivity of 97.3% (95% CI 90.2-0.99.3%, p
value <0.001) and overall specificity of 99% (95% CI 96.3-99.7%, p value <0.001).
In an attempt to summarize the findings, 7 articles were grouped as the
conductivity cutof. Even heterogeneous, studies with cutoff > 90mmol / L
suggested sensitivity and specificity of a test for diagnostic use, with an estimated
sensitivity of 96.4% (95% CI 84-99.3%, p value <0.001) and specificity of 99.4 %
(95% CI 93.7-100%, p value <0.001).
Two articles in > 80 mmol / L cutoff were homogeneous, with sensitivity of
98.9% (95% CI 92.5- 99.8%) and specificity of 97.3% (95% 92.8-99%).
Conclusion: Despite the heterogeneity of the populations studied the sweat
test for conductivity measurement has properties that characterize it as a
diagnostic test for Cystic Fibrosis. Such evidence should be highlighted in
countries that still does not have a rear for newborn screening, with wide range of
genetic tests or a panel of adequate population coverage of mutations.
Compartilhar