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PeriódicoDireito Autoral
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RADIS - NÚMERO 68 - ABRIL
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca | Data do documento:
2008
Instituição responsável
Resumo
Você acha que já ouviu tudo sobre aids e hanseníase? Pois esta edição traz informações novas e relevantes sobre as duas doenças. Com a dengue ocorre triste fenômeno: enquanto o combate sistemático fez cair a incidência (ainda alta) em todo o país, no Rio, o descaso das autoridades sanitárias levou a epidemia a resultados inaceitáveis.
A incidência da hanseníase, que não perdeu todo o estigma com a troca do nome lepra pelo que homenageia o norueguês descobridor do bacilo de Hansen, continua lamentavelmente a maior do mundo, depois da Índia. Apesar de tratamento e cura simples, risco de contágio restrito e deformidades evitáveis quando diagnosticada cedo, a doença teve 2,3 novos casos a cada 10 mil habitantes em 2007. Número bem menor que os 19,5 de 1990 e dos 4,52 de 2004 — mas a meta para 2005 era a erradicação da doença. O SUS oferece consulta, tratamento e remédios gratuitos. Falta informação para a sociedade e a melhora da atenção à saúde, com a busca ativa dos locais de maior incidência para que o diagnóstico seja feito precocemente.
A aids retorna à nossa pauta com a emocionante história da menina Ana Vitória, que nasceu sem o vírus de mãe contaminada ao nascer, há 20 anos, por ser filha de portadora do HIV. O fato suscita novas questões polêmicas, como o direito — e os cuidados — a relações sem proteção e à maternidade. No balanço do que falta na elogiada política brasileira contra a aids, preocupa a constatação de que diagnóstico e início do tratamento ainda são tardios, o custo alto do tratamento e a tendência à pauperização da doença. Com tratamento universal (oferecido a todos), mas numa sociedade desigual (em que nem todos têm informação e acesso), os especialistas se perguntam se a aids não está se tornando mais uma endemia brasileira, como a tuberculose, a hanseníase e a malária.
Doenças crônicas como câncer têm no fumo um dos principais determinantes. Preocupa, portanto, a mudança epidemiológica do tabagismo: dos países ricos, onde o fumo decresce, para os países em desenvolvimento, onde se esperam 80% das mais de 8 milhões de mortes anuais por doenças relacionadas ao fumo para 2030. Não é mero acaso. A indústria tabagista escolheu como foco de seu marketing os jovens, especialmente as mulheres jovens, e adultos dos países pobres, adverte relatório da Organização Mundial de Saúde.
Enquanto isso, no Brasil os recursos da Saúde seguem insuficientes e sujeitos a cortes. No Orçamento 2008, o corte só na Fiocruz chegou a 72,6 milhões, atingindo setores como produção de vacinas, reagentes para diagnóstico e medicamentos, análise de qualidade de produtos em saúde, pesquisas clínicas, serviços laboratoriais de referência para controle de doenças, desenvolvimento tecnológico, comunicação e informação.Rogério Lannes RochaCoordenador do Programa RADIS
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