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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17785
AMÉRICA LATINA ENFERMA: RACISMO E POSITIVISMO NO PENSAMENTO POLÍTICO LATINO-AMERICANO EM FINS DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO XX
Gouveia, Regiane Cristina | Data do documento:
2016
Título alternativo
Latin America sick: racism and positivism in latin american political thought in the late XIX and early XX centuriesAutor(es)
Orientador
Coorientador
Membros da banca
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Esta tese faz análise comparada entre as proposições do venezuelano, César Zumeta, do brasileiro, Manoel Bomfim, do boliviano, Alcides Arguedas, e do peruano, Francisco García Calderón, a partir de algumas concepções presentes nas obras El continente enfermo, América Latina: males de origem, Pueblo enfermo e Las democracias latinas de América, respectivamente. Procura-se entender como estes intelectuais, ao adotarem o paradigma das ciências naturais, empregando a retórica do diagnóstico, contribuíram para o fortalecimento da ideia de que a América Latina era um "continente enfermo". Busca-se também compreender como as teorias racistas europeias que se desenvolveram em meados do século XIX, aliadas ao surgimento da filosofia positivista, foram apropriadas pelos quatro intelectuais para explicar a realidade da América Latina e, ao mesmo tempo propor soluções para os problemas que eles identificavam. Na virada do século XX, as teorias racistas se intensificaram com o desenvolvimento das ciências. O discurso científico foi acionado para respaldar velhas teorias e justificar preconceitos que vinham de longa data. Nesse contexto, a linguagem médica foi amplamente empregada por intelectuais preocupados com o futuro da América Latina. Apresenta-se essa discussão que perpassou o continente, influenciando significativamente a produção intelectual latino-americana, de modo a propiciar o surgimento de uma ensaística que procurou analisar a realidade latino-americana por meio da retórica do diagnóstico.
Resumo em Inglês
This dissertation engages in a comparative analysis of four Latin American intellectuals. It analyzes the concepts present in the works of the Venezuelan, César Zumeta (El continente enfermo), the Brazilian, Manoel Bomfim (América Latina: males de origem), the Bolivian, Alcides Arguedas (Pueblo enfermo), and the Peruvian, Francisco García Calderón (Las democracias latinas de América). This dissertation seeks to understand how these intellectuals, adopting the paradigm of the natural sciences and employing the rhetoric of diagnosis, contributed to the strengthening of the idea that Latin America was a “sick continent.” Additionally, it looks to comprehend how mid-nineteenth-century European racist theories, aligned with the development of positivism, were appropriated by these four intellectuals in order to explain the reality of Latin America, and, at the same time, to propose solutions for the problems these men identified. At the turn-of-the-twentieth century, racist theories intensified with the development of the sciences. Scientific discourse was used to refashion old theories and justify decades-long prejudices. In this context, the intellectuals who were worried about the future of Latin America widely employed medical language. This dissertation presents this continent-wide discussion, which significantly influenced Latin American intellectual production, as the emergence of an argument that sought to analyze the reality of Latin America through the rhetoric of diagnosis.
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