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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16172
Tipo de documento
Trabalhos apresentados em eventosDireito Autoral
Acesso aberto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
05 Igualdade de gêneroColeções
Metadata
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“ATENDER UM HOMEM É DIFERENTE DE ATENDER UMA MULHER”: CONCEPÇÕES DE PSICÓLOGOS SOBRE O ATENDIMENTO AO HOMEM COM CÂNCER
Autor(es)
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
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Resumo
A compreensão do processo de saúde e adoecimento da população masculina vem se configurando como um importante campo de debates no âmbito acadêmico-científico e no contexto político-econômico mundial (Schraiber, Gomes & Couto, 2005). No Brasil, o reconhecimento das necessidades de saúde específicas do público masculino encontra respaldo na recém instituída Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) cujo foco recai sobre o desenvolvimento de ações de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das neoplasias, tendo em vista o aumento da incidência e letalidade do câncer na população masculina. Todavia, tratando-se da assistência em saúde no âmbito da oncologia percebe-se uma lacuna de conhecimentos, práticas e programas que atendam às especificidades do público masculino (Burille et al., 2009). Este estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), tem como objetivo identificar a concepção de psicólogos, que atuam em serviços de oncologia, sobre o cuidado aos homens com câncer. O referencial teórico-metodológico que orientou a pesquisa foi a perspectiva da Pesquisa Qualitativa (Minayo, 2007) e os referenciais de Gênero (Scott, 1995), sobretudo os estudos acerca da relação entre as Masculinidades e Saúde (Gomes, 2008). Foram entrevistados 13 psicólogos que atuam em serviços especializados de oncologia, públicos e privados, da cidade de Belo Horizonte – MG. O discurso dos entrevistados aponta para especificidades no atendimento do público masculino com câncer, revelando implicações da construção e exercício das masculinidades no processo de adoecimento/cuidado. Para os psicólogos é recorrente o sentimento de medo e vergonha entre os homens, contribuindo para dificuldades de adesão e vinculação dos mesmos aos atendimentos e ações propostas pelos serviços de Psicologia. Quando comparados às mulheres, os homens apresentam menor demanda espontânea procurando assistência psicológica apenas em casos avançado de adoecimento e, freqüentemente, a partir da imposição da equipe de saúde e dos cuidadores familiares. Apesar das especificidades apontadas, percebeu-se a inexistência de atividades voltadas para o público masculino nestes serviços. Por outro lado, observa-se o desenvolvimento de ações voltadas especificamente para as mulheres com câncer. A familiaridade do público feminino aos serviços de saúde, bem como a constante expressão verbal de demandas pelas mulheres foi apontada como um importante elemento que contribui para esta realidade. Deve-se refletir sobre o papel do psicólogo nos serviços de saúde, visando ampliar seu campo de atuação para além do atendimento de demandas verbais, favorecendo a criação e expressão de demandas, muitas vezes silenciadas e abafadas pelas nuances de gênero. Nesse sentido, a inclusão da temática das masculinidades no âmbito da oncologia poderá favorecer a construção de projetos terapêuticos, na perspectiva da integralidade, resgatando
assim o sujeito que adoece em sua dimensão biopsicossocial.
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