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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14733
DETERMINAÇÃO DE ARSÊNIO, CÁDMIO E CHUMBO NAS FOLHAS E NA INFUSÃO DE CHÁS DE CAMELLIA SINENSIS COMERCIALIZADOS NO RIO DE JANEIRO, BRASIL
Duboc, Priscila Paula | Data do documento:
2015
Autor(es)
Membros da banca
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Devido ao seu aroma, sabor e efeitos sobre a saúde o chá de Camellia sinensis se tornou a bebida mais consumida depois da água (em torno de 18 a 20 bilhões de xícaras por dia no mundo). As folhas de C. sisnensis são processadas de diversas formas, produzindo diferentes tipos de chás, os principais são o chá preto, o verde e o branco. Atualmente, o chá é considerado um alimento funcional, conferindo inúmeros benefícios à saúde humana quando consumido diariamente. Em contrapartida, alguns estudos evidenciaram efeitos danosos do chá à saúde, relacionando alguns de seus componentes orgânicos ou metais com neoplasias malignas, problemas renais, entre outros. A qualidade do chá é influenciada pelos componentes orgânicos e inorgânicos das folhas, que funcionam como precursores e são alterados durante a sua transformação (aquecimento e oxidação) em substâncias que determinam o sabor. Pode haver acúmulo de metais prejudiciais à saúde humana, desse modo, o teor de metais tem sido considerado atributo de qualidade, sendo utilizado inclusive para inferir sobre o país de origem do chá. A presença de matéria estranha é outro parâmetro utilizado no controle de qualidade do chá, sendo avaliadas as condições e práticas inadequadas durante as fases de produção, armazenamento e distribuição de alimentos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a presença de contaminantes inorgânicos nas folhas e na infusão e de matérias estranhas em amostras de chás de C. sinensis. Para a determinação de metais foram analisadas 16 amostras de chás (6 verdes, 5 brancos e 5 pretos), tanto nas folhas quanto nas infusões. As folhas foram submetidas a uma digestão ácida (HNO3) em micro-ondas e transferidas para balões volumétricos de 25 mL. As infusões foram realizadas de acordo com as indicações dos fabricantes e adicionadas de HNO3 a 10 %. A leitura das concentrações foi feita em um ICP-MS. A presença de matéria estranha foi avaliada em 10 amostras, utilizando tamis 20 ABNT para separação das frações e posterior análise em lupa. A concentração de As, Cd e Pb nas folhas de chá foram 0,03 a 2,1 mg kg-1; 0,01 a 0,09 mg kg-1 e 0,02 a 3,6 mg kg-1, e a concentração nas infusões foram 0,005 a 0,007 mg L-1; 0,005 a 0,0007 mg L-1 e 0,005 a 0,015 mg L-1. A transferência de metal das folhas de chá para a infusão não foi significativa. A concentração de Pb nas folhas de chá foram superiores do que os limites determinados pela ANVISA em 9 das 16 amostras analisadas. Não foi possível avaliar a presença de matéria estranha devido a grande pulverização das amostras. Os resultados obtidos sugerem um problema recorrente de contaminação. A pulverização dificulta não só a detecção da matéria estranha, mas também a avaliação de possíveis fraudes. Além disso a popularização e a alta ingestão dos chás de C. sinensis indicam que deve-se dar mais atenção aos riscos associados à ingestão reiterada, visto que os metais se acumulam no organismo e podem gerar enfermidades ao longo dos anos.
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