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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/62405
RASTREAMENTO DE MUTAÇÕES NO GENE GATA1 EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN
Figueiredo, Alexandre Bezerra Conde | Date Issued:
2008
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Crianças com síndrome de Down (SD) apresentam um risco 10 a 20 vezes maior de desenvolver leucemia do que crianças normais, particularmente a leucemia megacarioblástica aguda (LMA-M7) e uma forma reversível denominada doença mieloproliferativa transitória também conhecida como leucemia transitória (LT), devido ao fato de que geralmente há uma remissão espontânea dentro de 3 meses. A LT pode ser considerada uma pré-condição leucêmica, já que cerca de 20% dos pacientes podem desenvolver a LMA-M7 no prazo de 4 anos. Recentemente, foi relatado que mutações somáticas no GATA1, localizado no cromossomo X, estão presentes tanto em blastos de LT quanto em LMA-M7 de crianças com SD. O GATA1 é um fator de transcrição e está presente na diferenciação normal das linhagens eritróides e megacariocíticas. O modo pelo qual as alterações no GATA1 contribuem para a leucemia ainda é desconhecido. A partir disso, estabelecemos um programa nacional, a fim de determinar a incidência de mutações no GATA1 (éxons 2 e 3) em uma coorte de recém-nascidos com SD. Para isso, utilizamos a técnica de cromatografia líquida desnaturante de alta performance (dHPLC) e seqüenciamento automático. Esta técnica de dHPLC se baseia nas variações de heteroduplex e homoduplex dos fragmentos de DNA e apesar de o seqüenciamento automático ser o padrão ouro para a identificação de mutações, este método pode ser lento quanto à análise da mutação, ao passo que o dHPLC tem se mostrado eficaz e rápido para a análise das variações genéticas de diversos genes de interesse médico. Para este estudo utilizamos medula óssea e/ou sangue periférico de 111 crianças com SD (recém-nascidos e crianças sendo a grande maioria com menos de 4 anos de idade) obtidos entre janeiro de 2000 e dezembro de 2007, sem tratamento prévio. Um total de 127 amostras de crianças com SD foram analisadas, sendo 66 crianças com SD e doenças hematológicas identificadas clinicamente e 61 recémnascidos com SD e sem evidência clínica de doenças hematológicas. A análise através do dHPLC e seqüenciamento automático identificou dezenove mutações no éxon 2 exclusivamente em crianças com LT e LMA-M7 com SD e em uma criança com LT e SD foi detectada alteração no éxon 3. X A freqüência de anomalias genéticas não foi estatisticamente significativa em relação ao sexo ou cor da pele e alterações no GATA1 não foram detectadas em nossa coorte de recém-nascidos sem sinal de distúrbios hematológicos. A concordância da detecção através da técnica de dHPLC foi de 100% com o seqüenciamento automático. Em conclusão, nossos resultados indicam que alterações no GATA1 são especificas do subtipo LMA-M7 e LT da SD e que a técnica de dHPLC é eficaz e uma valiosa ferramenta para análise mutacional no GATA1 e, além disso, podemos consolidar o GATA1 como um marcador molecular com o intuito de uniformizar os critérios diagnósticos precoces da criança com SD melhorando assim sua taxa de sobrevida.
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