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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38389
ALERTAR E ESPETACULARIZAR: AS ESTRATÉGIAS E ESCOLHAS DE DOIS TELEJORNAIS PARA FALAR DA FEBRE AMARELA EM 2018
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Com a emergência de casos de febre amarela com óbitos em regiões atípicas do país, desde 2016, com correspondente apelo à vacinação em 2017/18, o tema ganhou destaque nos meios de comunicação, fortemente em 2018. No contexto de uma pesquisa mais ampla, analisamos os dispositivos de produção de sentidos de dois telejornais, especificamente no que tange ao aspecto da vacina. Analisar comparativamente dispositivos discursivos dos telejornais de abrangência nacional Jornal Nacional e Jornal da Record na abordagem do tema da vacinação contra a febre amarela em janeiro de 2018, período de maior investimento midiático. Foram analisadas as notícias e reportagens sobre febre amarela em todas as edições do Jornal Nacional (JN) e do Jornal da Record (JR), no recorte temporal do mês de janeiro de 2018, indicado por análise exploratória como período de maior incidência midiática do tema. A partir de análise inicial, foi feita uma categorização dos principais elementos construtores de sentidos, incluindo duração, palavras-chaves predominantes, recurso e tipos de imagens, uso de estatísticas e vozes autorizadas convocadas, elementos que organizados em quadros comparativos, contrapostos a uma linha do tempo e confrontados com o referencial teórico permitiram algumas conclusões. Registramos similaridades entre os dispositivos dos jornais, entre elas: palavras catalizadoras dos sentidos – surto, alerta, risco, emergência; recursos de legitimação da notícia – vozes de infectologistas, imagens de filas e pessoas sendo vacinadas, estatísticas de casos e mortes. Principais diferenças: o JR recorre mais a testemunhos, da população, profissionais de saúde e até dos próprios jornalistas; no JN há, bem mais que no JR, uma correlação temporal visível com o fluxo de informação da saúde pública: estímulo à vacinação, reorientação para vacina só em áreas de risco e tranquilização pela oferta ampliada de vacinação. O modo alarmista como os telejornais trataram o tema da vacinação fomentou o pânico em parte da população e transformou a doença e a procura pela vacina em um grande espetáculo, com imagens panorâmicas e relatos de desespero, transformando o sofrimento em objeto de consumo. Cabe a indagação: o que a mídia ganha com tal procedimento, que a afasta diametralmente da responsabilidade social inerente à ocupação de espaços de concessão pública?
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