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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38226
O CUIDADO DA PESSOA IDOSA EM DOR NO CAMPO DE PRÁTICAS DA SAÚDE COLETIVA
Síndromes dolorosas
Auto relato
Dimensão dialógica do cuidado
Práticas de saúde coletiva
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Prefeitura de Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Saúde. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Prefeitura de Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Saúde. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Abstract in Portuguese
As síndromes dolorosas na velhice são subestimadas por profissionais que acreditam ser um processo normal desse contexto de vida. A dor é inerentemente subjetiva, sendo o auto relato do idoso o padrão-ouro para sua avaliação, devendo aos médicos o papel de escuta no cotidiano das práticas. Entende-se o cuidado na dimensão dialógica do encontro, abertura a um autêntico interesse em ouvir o outro. O objetivo desse artigo é compreender o significado atribuído pelos idosos da comunidade ao cuidado da pessoa na velhice que vivencia processo álgico e discuti-lo a partir da abordagem conferida à dor nas práticas de saúde coletiva. A pesquisa foi desenvolvida na perspectiva da abordagem qualitativa, constituindo-se em um estudo de cunho antropológico. O modelo de Signos, Significados e Ações foi utilizado na coleta e análise dos dados, permitindo a sistematização dos elementos do contexto que participam da construção de maneiras típicas de pensar e agir dos idosos diante do processo álgico. Foi realizada entrevista individual semiestruturada com 57 idosos em seus domicílios. Todas foram gravadas e transcritas, permitindo na leitura atenta a identificação das categorias analíticas, fundamentando a análise dos dados na interação entre as diferentes categorias e sua articulação com o contexto sociocultural vigente. Acerca do cuidado da dor nas práticas da saúde coletiva emergiram da análise três categorias analíticas: “A dor no contexto de vida”, “A linguagem no cuidado da pessoa em dor”, e “A dor infligida nas práticas de cuidado”. A primeira categoria apresenta a dor como “coisa de velho”, sendo a sua vivência compreendida como algo pertinente e naturalizado para esse momento da vida. A segunda, expõe a linguagem como ferramenta que viabiliza ou não o acesso e o cuidado da pessoa em dor. A terceira, apresenta a dor infligida pela abordagem inadequada dos profissionais nas práticas de cuidado da saúde no sistema público. É preciso humanizar a assistência, pois cuidar é tarefa do (e com o) outro. O cuidado da dor é fundamentalmente o cuidado do usuário que vivencia a dor. Para isso, é preciso garantir ao sujeito assistido o respeito a sua singularidade histórica e corporal, seu direito de dizer da sua dor e obter escuta humanizada para seu sofrimento. Cuidar da pessoa idosa em dor na atenção primária é devolver ao sujeito a sua vida, ajudando-o a se ocupar de si, voltar a se organizar preservando qualidade na vida, com, e apesar da dor.
Keywords in Portuguese
VelhiceSíndromes dolorosas
Auto relato
Dimensão dialógica do cuidado
Práticas de saúde coletiva
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