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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3674
FOTOTERAPIA: NEM TUDO QUE ILUMINA TRATA
Carvalho, Manoel de | Date Issued:
1990
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Abstract in Portuguese
Desde sua introduçäo em 1958 a fototerapia tem sido largamente utilizada em neonatologia. Estima-se que cerca de 10 por cento dos recém-nascidos säo submetidos anualmente a fototerapia. Entretanto, apesar do uso frequente e rotineiro, esta terapia ainda e utilizada de maneira empírica e näo controlada na maioria dos serviços. Entre os profissionais de saúde que prestam assistencia a recém-nascidos, existe uma crença bastante difundida de que as lâmpadas de fototerapia devem ser substituídas após determinado tempo de uso. Näo existe, entretanto, um concenso quanto ao momento apropriado da substituiçäo. Alguns serviços preconizam a troca após 240 horas de uso, outros com 400, 600 e até 2000 horas de uso. Este estudo, conduzido em 2 etapas tem objetivo analisar alguns aspectos da fototerapia. Na primeira etapa o objetivo foi determinar o momento ideal para a substituiçäo das lâmpadas fluorescentes baseado no tempo de uso. Para isso, analisamos 4 brancas de 20 watts. Todas as lâmpadas, em um determinado aparelho, eram das mesma marca. Foram testados 4 marcas diferentes (Sylvania, Phillips, Osram e GE). No início do estudo (tempo zero), a irradiância média foi de 4.12 mais ou menos 0.15 uw/cm2/vm. Com apenas 1 hora de uso a irradiância caiu 24 por cento, atigindo 3.1 mais ou menos 0.1 uw/cm2/nm. A partir dai, até o final do estudo, a queda na irradiância emitida foi mais lenta, embora progressiva. Decorridas 2000 horas de uso, a irradiância média emitida pelos aparelhos de fototerapia foi de 2.4 mais ou menos 0.1 uw/cm2/nm. Numa segunda etapa desta ivestigaçäo, analisamos a situaçäo dos aparelhos de fototerapia utilizados em hospitais públicos do Rio de Janeiro. Foram visitados 21 hospitais e analisados 102 aparelhos de fototerapia. Das fototerapias analisadas, 85,3 por cento eram de fabricaçäo industrial e 15 (14,7 por cento) foram manufaturadas pelo próprio hospital (fabricaçäo própria). O número de lâmpadas fluorescentes por aparelho variou consideravelmente. A maioria dos aparelhos eram equipados com 6 (32 por cento) ou 7 (50 por cento) lâmpadas. Entretanto, 8,8 por cento tinham somente 4 lâmpadas e apenas 8 aparelhos (7,8 por cento) tinham 8 lâmpadas. Observamos uma enorme variaçäo na irradiância emitida pelos 102 aparelhos de fototerapia estudados. A irradiância média foi de 2.36 mais ou menos 0,75 uw/cm2/nm e a variaçäo foi de 0.6 a 4.4 uw/cm2/cm. A maioria dos aparelhos (59 por cento) emitia irradiância entre 2.1 e 3.0 uw/cm2/nm. Vinte e nove por cento apresentavam irradiância abaixo de 2.0 uw/cm2/nm. Apenas 1 aparelho de fototerapia apresentava irradiância acima de 4 uw/cm2/nm. Notamos uma correlaçäo significativa entre o número de lâmpadas acesas por aparelho de fototerapia e a irradiância emitida (r=0.78, p < 0.001). Os resultados deste estudo sugerem que: - Näo existe um consenso, a nível industrial, quanto ao número de lâmpadas fluorescentes a serem utilizadas em um aparelho de fototerapia. - O momento adequado para a substituiçäo das lâmpadas em um aparelho de fototerapia näo pode ser baseado no tempo de uso das mesmas. Este momento só pode ser determinado através da mediçäo periódica da irradiância emitida utilizando-se fotodosimetros especiais. - A irradiância emitida por aparelhos de fototerapia de fabricaçäo nacional säo significativamente menores do que as doses terapêuticas recomendadas na literatura.
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