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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3570
PARTO: UMA EXPERIÊNCIA RE-VISITADA ... CONSIDERAÇÕES SOBRE AS INTERAÇÕES ENTRE GRÁVIDAS PRIMÍPARAS E SEUS MÉDICOS DURANTE O PRÉ-NATAL, TRABALHO DE PARTO E PARTO NO HOSPITAL CENTRAL DA AERONÁUTICA
Casarin, Teresa Cristina Bicudo | Date Issued:
2002
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Abstract in Portuguese
A idéia surgiu de nossa experiência profissional, nos últimos sete anos, enquanto psicóloga da Maternidade do Hospital Central da Aeronáutica, localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Ele objetivou captar a experiência de interação entre parturientes primíparas e os médicos que as atendiam, durante as situações de pré-parto e parto. Também visou, por um lado, verificar como tais parturientes percebiam e significavam suas vivências e de que modo a assistência médica, que lhes era provida, respondia às suas necessidades e, por outro, registrar como os médicos analisavam suas atuações e interpretavam a experiência vivificada por suas pacientes e, finalmente, entrecruzar as interpretações de ambos, tendo como contraponto nossas próprias observações e parâmetros teóricos definidos.Tendo como campo o próprio HCA e lançando mão de técnicas de observação participante e de construção de fontes orais, via entrevistas abertas, porém baseadas num roteiro temático, a análise nos permitiu perceber que: a assistência pré-natal conforme ela está organizada no HCA, remeteu-se ao cuidado exclusivamente médico, não atendendo satisfatoriamente a todas as necessidades da futura mãe. Apesar disso, destacou-se como um importante ritual para a nossa gestante, constituíndo-se em um mecanismo social importante no tempo da gravidez; a concepção do parto, como um evento médico, teve um papel central e organizador nas interações entre parturientes e médicos. De um lado, o profissional conduziu a evolução do trabalho de parto de suas pacientes nos moldes do acompanhamento de um caso clínico e, de outro, a parturiente demandou sua assistência competente, confiando em seu saber para conduzir, com segurança, o nascimento de seu filho. embora o cuidado médico tivesse representado uma necessidade legítima por parte das parturientes, a atenção médica, exclusiva, não foi capaz de prover o apoio requerido frente às intensas experiências corporais e emocionais vividas por elas, ao longo do pré-parto e parto; no conjunto das práticas hospitalares de assistência perinatal à parturiente, observadas e analisadas, emergiu a demanda pela implementação da função de uma assistente de parto- uma espécie de "doula institucional", como uma solução estratégica na busca de um atendimento mais sensível às necessidades de cada uma de nossas pacientes.
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